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universidade de uberaba programa de mestrado em ... - Uniube

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65Os monitores <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser escolhidos pelo docente. Os mesmos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ouviro que foi m<strong>em</strong>orizado, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> recolher os trabalhos escritos para o docente,<strong>de</strong>v<strong>em</strong> anotar <strong>em</strong> um ca<strong>de</strong>rno quantas vezes a m<strong>em</strong>ória falha, qu<strong>em</strong> fez otrabalho escrito ou qu<strong>em</strong> não trouxe os materiais; <strong>de</strong>v<strong>em</strong> também realizaroutras coisas, caso o docente assim <strong>de</strong>seje (DUSSEL, 2003, p. 79).A linha <strong>de</strong> ação do professor jesuíta era normatizada ao extr<strong>em</strong>o, adquirindo umaconfiguração quase técnica. Vejamos como o Ratio Studiorum impunha as regras pedagógicaspara o trabalho dos professores <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong>s:A divisão do t<strong>em</strong>po é a seguinte: na primeira hora da manhã, os monitores<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ouvir o que foi m<strong>em</strong>orizado com relação à eloqüência e à métrica;enquanto isso, o docente corrige os trabalhos escritos pelos monitores, e osescolares faz<strong>em</strong> alguns exercícios <strong>de</strong>terminados pelo docente; finalmente,alguns escolares <strong>de</strong>v<strong>em</strong> falar diante da classe aquilo que guardaram nam<strong>em</strong>ória, e o docente <strong>de</strong>ve controlar as anotações feitas pelos monitores(DUSSEL, 2003, p.80).Em suma, a sala <strong>de</strong> aula jesuítica era um lugar <strong>de</strong> catequização on<strong>de</strong>, através <strong>de</strong>processos <strong>de</strong> interrogatório e repetição, o docente trabalhava basicamente conteúdos <strong>de</strong>m<strong>em</strong>orização que <strong>de</strong>viam ser reproduzidos <strong>em</strong> sua presença. Com essa configuração, oprocesso educativo <strong>de</strong>senvolvido nas escolas jesuíticas assumia seu caráter conservador:“Enquanto repete suas frases na língua oficial <strong>de</strong>ssas escolas – o latim –, o aluno jesuítaapren<strong>de</strong> que a obediência é uma virtu<strong>de</strong>; o importante não é apenas o texto curto <strong>de</strong> Cíceroque <strong>de</strong>ve m<strong>em</strong>orizar, mas também a mecânica <strong>de</strong> que existe uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>terminada e umpapel <strong>de</strong>signado para cada um.” (DUSSEL, 2003, p.81).Com a implantação do ensino público oficial e a passag<strong>em</strong> do ensino ministrado pelosjesuítas para o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> aulas régias, ocorrida após 1772, a questão da formação docentepenetrou num período <strong>de</strong> total <strong>de</strong>sorganização. Uma boa parte dos mestres leigos havia sidoformada nas escolas da Companhia <strong>de</strong> Jesus e, apesar das modificações do currículoreformado (que continha o ensino <strong>de</strong> línguas mo<strong>de</strong>rnas, como o francês, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho,aritmética, geometria e ciências naturais), procuraram imprimir uma certa continuida<strong>de</strong> nomo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ensino dos jesuítas, se b<strong>em</strong> que <strong>em</strong> nível inferior. Além <strong>de</strong>sses, tentando ocupar ovazio <strong>de</strong>ixado pelos jesuítas, outras or<strong>de</strong>ns religiosas (carmelitas, beneditinos e franciscanos)criaram algumas poucas escolas confessionais (ARANHA, 1996). Dessa forma, apesar daexpulsão da Companhia, muitos dos professores que, nesse período, atuaram <strong>em</strong> territóriobrasileiro, mantiveram um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula que mantinha, basicamente, as mesmascaracterísticas das escolas jesuíticas.Paralelamente ao trabalho pedagógico dos mestres-escolas oficiais e das instituições

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