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universidade de uberaba programa de mestrado em ... - Uniube

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64O Studia superiora dos jesuítas, composto <strong>de</strong> Teologia e Ciências Sagradas, priorizavaa formação do padre e não continha o ensino <strong>de</strong> disciplinas pedagógicas que visass<strong>em</strong>especificamente à formação do mestre. Tentando suprir essa falha, no final do século XVII, opadre francês Joseph Jouvency redigiu um completo manual <strong>de</strong> normas gerais e informaçõesbibliográficas necessárias ao exercício do magistério, a fim <strong>de</strong> uniformizar a ação dos mestresjesuítas e reduzir os riscos <strong>de</strong>correntes do livre arbítrio dos professores distribuídos pelomundo. A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamento e <strong>de</strong> ação era mantida através <strong>de</strong> uma farta correspondênciaentre os m<strong>em</strong>bros da Companhia, o que, entretanto, não impedia uma certa flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ação – s<strong>em</strong>pre rigorosamente vigiada –, <strong>de</strong> acordo com as características e costumes <strong>de</strong> cadalugar. (ARANHA, 1996).No Brasil colonial, o processo <strong>de</strong> escolarização das massas era, antes <strong>de</strong> tudo, umprocesso catequético que <strong>de</strong>veria levar à formação <strong>de</strong> católicos fiéis e súditos obedientes. Aoprofessor cabia o papel <strong>de</strong> transmissor das i<strong>de</strong>ologias dominantes, o que o colocava naposição <strong>de</strong> porta-voz dos interesses da Igreja e do rei, que, por sua vez, eram os gran<strong>de</strong>srepresentantes das classes heg<strong>em</strong>ônicas.Conforme l<strong>em</strong>bra Marx (1978 apud NORONHA, 1998), as i<strong>de</strong>ologias e as visões <strong>de</strong>mundo são criadas pelas classes sociais e não pelos indivíduos. Porém, qu<strong>em</strong> as sist<strong>em</strong>atiza,qu<strong>em</strong> lhes imprime a forma <strong>de</strong> uma teoria ou doutrina são os representantes políticos ouliterários da classe, tendo s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> vista os interesses <strong>de</strong> sua classe social. Assim,observando esse fato, Marx alerta que “Os homens faz<strong>em</strong> sua própria história, mas não afaz<strong>em</strong> como quer<strong>em</strong>; não a faz<strong>em</strong> sob circunstâncias <strong>de</strong> sua escolha e sim sob aquelas comque se <strong>de</strong>frontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado” (1978, p. 329 apudNORONHA, 1998, p. 35). Nessa perspectiva, os padres retransmitiam, na prática educativaque <strong>de</strong>senvolviam na colônia, as mesmas i<strong>de</strong>ologias 23 que haviam assimilado nos s<strong>em</strong>inários.A pedagogia jesuítica <strong>de</strong>pendia, para seu sucesso, da atenção individual <strong>de</strong> cada aluno.O gran<strong>de</strong> obstáculo encontrado era o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> alunos que dividiam a mesma sala <strong>de</strong>aula 24 . Com isso, os jesuítas esforçavam-se para <strong>de</strong>senvolver um método <strong>de</strong> ensino queconservasse tanto a individualida<strong>de</strong> quanto a educação <strong>de</strong> massa. Criaram, então, a figura domonitor – que era o aluno mais esperto e adiantado – para auxiliar o mestre no trabalho <strong>de</strong>aten<strong>de</strong>r individualmente os alunos <strong>em</strong> seu processo <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>. A esse respeito, diz oRatio Studiorum:23 Essas i<strong>de</strong>ologias serviam, <strong>em</strong> última instância, aos interesses das classes dominantes.24 Calcula-se que eram educados, ao mesmo t<strong>em</strong>po, entre 200 e 300 alunos.

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