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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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História“Era uma vez <strong>do</strong>is carros que eram inimigos, que foram treinar e <strong>de</strong>pois eles fizeram uma corridapara ver quem chegava à meta e empataram. E <strong>de</strong>pois passou dias e dias e eles foram para casa. Echegou o dia da corrida, que ‘tavam lá tantos carros que eles ficaram assusta<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>pois elescomeçaram-se a meter em fila para começar a corrida e o carro <strong>de</strong>u a partida. Depois elespassaram carros, fizeram tantas curvas e foram mudar <strong>de</strong> pneus. E eles já ‘tavam tão perto dameta que empataram e ficaram amigos. Já ‘tá.”Análise psicodinâmica<strong>Na</strong> realização <strong>do</strong> <strong>de</strong>senho evi<strong>de</strong>ncia-se a procura <strong>de</strong> suporte, <strong>no</strong> outro, na realida<strong>de</strong>, com<strong>de</strong>staque da função <strong>de</strong> anáclise <strong>do</strong> objecto, parece-<strong>no</strong>s que por dificulda<strong>de</strong> em reunir ouencontrar recursos inter<strong>no</strong>s suficientes para dar senti<strong>do</strong> e respon<strong>de</strong>r à realida<strong>de</strong> experiencial eemocional – realiza o <strong>de</strong>senho por imitação <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s <strong>de</strong>senhos que se encontram expostos <strong>no</strong>gabinete. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte visual para o <strong>de</strong>senho é patente na execução <strong>do</strong> mesmo,como se não houvesse riqueza simbólica e fantasmática interior suficiente, o que remete para adificulda<strong>de</strong> da criança <strong>de</strong> expressão projectiva. A figura que reproduz revela <strong>no</strong>ções estéticas,porém sem preocupações com os limites, exce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o espaço da folha ou o contor<strong>no</strong> das figurasque <strong>de</strong>senha, o que também po<strong>de</strong> remeter para a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Afonso em lidar com a frustraçãoe com a imposição <strong>de</strong> limites/regras. Da mesma forma verifica-se alguma sobreposição dasimagens/formas, como se eu e outro não estivessem bem <strong>de</strong>limita<strong>do</strong>s, diferencia<strong>do</strong>s e integra<strong>do</strong>s,revelan<strong>do</strong> a porosida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s limites <strong>do</strong> envelope psíquico (Anzieu, 1995). Em termos <strong>do</strong>conteú<strong>do</strong>, a produção <strong>de</strong> <strong>do</strong>is carros em situação se colisão parece remeter para umarepresentação <strong>de</strong> conflitualida<strong>de</strong>, confronto. Por outro la<strong>do</strong>, e em termos da qualida<strong>de</strong> gráfica, otraço da criança é forte, intencional e <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>.120

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