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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento psicoafectivo). Verificam-se importantes dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mentalização, umasignificativa ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> separação (incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar só e me<strong>do</strong> constante <strong>do</strong> aban<strong>do</strong><strong>no</strong>)ligada à impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> constituição da constância objectal emocional. As perturbações <strong>no</strong>processo <strong>de</strong> separação-individuação foram evi<strong>de</strong>ntes em todas as crianças, bem como aincapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integrar os aspectos bons e maus <strong>do</strong> Self e <strong>do</strong> objecto (representações clivadas) ea <strong>do</strong>minância <strong>de</strong> introjecções negativas (<strong>de</strong>signadamente <strong>de</strong> carácter persecutório em situações <strong>de</strong>co<strong>no</strong>tação neutra).Family Relations TestTambém na prova projectiva F.R.T. se verificaram diversos factores comuns <strong>no</strong>sprotocolos das crianças analisadas na presente investigação, pelo que pensamos po<strong>de</strong>r retiraralgumas conclusões acerca da caracterização das relações emocionais na família da criança comOrganização Bor<strong>de</strong>rline <strong>de</strong> Personalida<strong>de</strong>, como representadas por si, ainda que com carácterpreliminar. Efectivamente, ao nível <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> envolvimento com os membros da famíliaverificamos que o alvo e o objecto <strong>de</strong> maior investimento afectivo é, ten<strong>de</strong>ncialmente e num pólopositivo i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>, a mãe da criança, enquanto os maiores alvos e objectos <strong>de</strong> hostilida<strong>de</strong>percebida correspon<strong>de</strong>m aos elementos da fratria (maior atribuição <strong>de</strong> itens negativos), ou ao pai.Em termos da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> afecto, a maior parte <strong>do</strong>s itens atribuí<strong>do</strong>s na generalida<strong>de</strong> tratam-se<strong>do</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes a sentimentos positivos, situação que, como à frente teremos oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> observar, se traduz numa intensa negação da agressivida<strong>de</strong>, representada pelos itens negativos,os quais são, por <strong>no</strong>rma evita<strong>do</strong>s ou manusea<strong>do</strong>s com alguma reserva. Relativamente à direcção<strong>do</strong>s afectos, verifica-se, regra geral, uma tendência a igualar o número <strong>de</strong> itens percebi<strong>do</strong>s comoemiti<strong>do</strong>s e percebi<strong>do</strong>s como recebi<strong>do</strong>s pela criança face aos membros da família. De igual forma,verifica-se uma consi<strong>de</strong>rável tendência à auto-<strong>de</strong>preciação, a qual remete para a existência <strong>de</strong>sentimentos <strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong> e incapacida<strong>de</strong> que reflectem uma fragilida<strong>de</strong> narcísica significativa.Verifica-se, por outro la<strong>do</strong>, que as crianças manifestam eleva<strong>do</strong>s índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência afectiva,manifestos através das escalas <strong>de</strong> sobreprotecção e sobreindulgência parental, os quais sãoparticularmente eleva<strong>do</strong>s <strong>no</strong> caso da relação com a figura materna. No que concerne aosmecanismos <strong>de</strong>fensivos mais utiliza<strong>do</strong>s pela criança para gerir a conflitualida<strong>de</strong> latente àrepresentação da dinâmica <strong>familiar</strong>, as estratégias a que mais recorre são a i<strong>de</strong>alização (<strong>do</strong>s imagosparentais, mas <strong>de</strong> uma forma mais significativa da mãe); a negação, acompanhada, por vezes <strong>de</strong><strong>de</strong>slocamento, <strong>do</strong>s afectos negativos e <strong>de</strong> hostilida<strong>de</strong>, revelan<strong>do</strong> dificulda<strong>de</strong>s em integrar aspulsões agressivas; e uma significativa tendência regressiva ligada a angústias mais primitivas <strong>de</strong>40

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