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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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(“o mais bonito”), o qual é, também, mais investi<strong>do</strong>, ainda que possamos pensar que se trata <strong>de</strong>um movimento <strong>de</strong> reparação, reflexo da dualida<strong>de</strong> (<strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Afonso) na percepção <strong>de</strong> si,entre um la<strong>do</strong> mais investi<strong>do</strong>, em falso-self, e um la<strong>do</strong> mais genuí<strong>no</strong> <strong>de</strong> maior fragilida<strong>de</strong>, frutodas falhas narcísicas que apresenta. No entanto, na construção da história parece-<strong>no</strong>s que énecessário que este mesmo pintainho se encontre numa situação <strong>de</strong> perigo e vulnerabilida<strong>de</strong> paraser alvo <strong>de</strong> atenção por parte <strong>do</strong>s imagos parentais, <strong>de</strong>signadamente o pater<strong>no</strong>. Efectivamente,verificamos uma certa angústia <strong>de</strong> <strong>de</strong>samparo, visto que ainda que a personagem seja resgatadapelo correspon<strong>de</strong>nte pater<strong>no</strong>, parece encontrar-se permeável à invasão, e a ameaças externasrepresentativas <strong>de</strong> perigo, sen<strong>do</strong>, portanto, <strong>no</strong>tória uma certa <strong>de</strong>sprotecção. Esta <strong>de</strong>sprotecçãoevocada, resolvida <strong>de</strong> forma algo omnipotente, é reparada por uma figura externa que ofereceprotecção e cuida<strong>do</strong> (a enfermeira que po<strong>de</strong>rá, também, revelar um movimento transferencialpara o acompanhamento psicoterapêutico que Afonso tem manti<strong>do</strong>). A tónica da narrativa écolocada na constante acção <strong>do</strong>s personagens, num discurso consi<strong>de</strong>ravelmente impulsivo equase verborreico, acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguma instabilida<strong>de</strong> psicomotora, o que <strong>no</strong>s parece revelar ainquietação interna evocada pela conflitualida<strong>de</strong> latente.Procedimentos fundamentais:IF7 – fabulação longe <strong>do</strong> cartão;IF3 – importância dada às interacções, transparência das mensagens simbólicas;IF1 – introdução <strong>de</strong> personagens que não figuram na história;IF6 – insistência nas representações <strong>de</strong> acção;RE5 – sobreinvestimento na qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> objecto (valência narcísica positiva).2.“Ah, são os ursos a jogarem à corda. Não sei histórias para isso. Houve um dia que … o ursosreceberam uma corda para o jogo da corda. E eles foram comer e começaram a treinar. E elestreinaram tanto e tanto que não <strong>de</strong>ram pela hora, ficaram acorda<strong>do</strong>s to<strong>do</strong> o dia e toda a <strong>no</strong>ite. Eo seguinte dia era o dia <strong>do</strong> campeonato, e eles ‘tavam cheios <strong>de</strong> so<strong>no</strong> e foram, e o urso que erasempre o campeão daquilo ganhou e eles enervaram-se e <strong>do</strong> outro campeonato eles ganharam ato<strong>do</strong>s e ganharam a taça mundial da corda. Vitória, vitória, acabou-se a história!”Análise qualitativa:No presente cartão, o qual reenvia para a relação triangular progenitores-filho numcontexto agressivo e /ou libidinal (Boekholt, 2000), a narrativa elaborada parece distante das136

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