13.07.2015 Views

Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Mãe: “Asmático. Apareceu aos 5 meses e teve a lombriga <strong>do</strong> glúten. Ainda hoje ela existe <strong>no</strong>organismo <strong>do</strong> Afonso. Não po<strong>de</strong> comer coisas à base <strong>de</strong> farinhas com glúten, essas coisas nãopo<strong>de</strong> comer. De seis em seis meses tem <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sparasita<strong>do</strong>. Ele agora da asma já teve alta. OAfonso com um a<strong>no</strong> e meio tomava o flexotan 250mg – o <strong>de</strong>le era o 125 e ele já tomava o 250.Também o sítio que a gente mora e isso que é lá na [localida<strong>de</strong>] é muito húmi<strong>do</strong>, ao pé <strong>do</strong> mar, eaquilo dava cabo <strong>de</strong>le. De resto só teve varicela…e agora a <strong>do</strong>ença da chapada.”Pai: “Da bofetada.”Ψ: “E a relação <strong>do</strong> casal, como é que ficou <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> nascimento <strong>do</strong> Afonso?”Pai: “Foi igual… Tivemos que trabalhar mais…”Mãe: “Mais trabalho, que eram duas crianças. Às vezes a L chorava num la<strong>do</strong> e o Afonsochorava <strong>no</strong>utro, dividíamos «vais tu para um, e eu vou para outro». A gente também não queriapôr o Afonso muito <strong>de</strong> parte, mas tínhamos <strong>de</strong> dar mais atenção à L para ela não ver que…comoquem diz «o Afonso ‘tá cá e agora sou rejeitada» .”Pai: “Porque ela na altura percebia melhor que ele que era bebé, ele era recém-nasci<strong>do</strong> e ela não.“Mãe: “E então a gente dava um bocadinho mais <strong>de</strong> atenção à L para ela não sentir tanto.”Pai: “Nessa altura dávamos mais atenção a L que ao próprio Afonso, que ainda não percebia oque era a vida. A L com 18 meses se a gente pegasse <strong>no</strong> Afonso ela ficava assim a olhar, ‘tá aperceber? Então a gente dava mais atenção a ela <strong>do</strong> que a ele que ainda era bebé. Depois já elanão passava cartão, já era ela que queria dar os mimos to<strong>do</strong>s ao irmão, mais <strong>do</strong> que a gentepróprios. A L punha-se assim: subia para a cama e <strong>de</strong>pois dizia assim: «pai, mete aqui», p’a pegarnele. ”Ψ: “Portanto em termos <strong>do</strong> casal organizaram-se em função daqueles <strong>do</strong>is meni<strong>no</strong>s.”Os <strong>do</strong>is: “Sim, sim.”Pai: “E <strong>de</strong>pois veio o terceiro e olhe…até hoje, graças a Deus.”Ψ: “E na fase posterior, com quem é que o Afonso ficou?”Mãe: “Ficou com a mãe, até aos <strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s e meio ficou comigo. A mana foi aos quatro p’ra pré eo Afonso p’ra creche p’ra Santa Casa que eu fui tirar um curso <strong>de</strong> cozinheira, aproveitei essaoportunida<strong>de</strong>, e ganhar também…”Pai: “As coisas ‘tavam complicadas.”Ψ: “E como foi a adaptação <strong>do</strong> Afonso à creche?”Mãe: “Ele foi bem. O Afonso sempre teve aquele problema na fala, eu dizia que o Afonso erauma criança muito remexida.”Ψ: “Mas quan<strong>do</strong> se refere à fala, quan<strong>do</strong> é que o Afonso começou a falar?”162

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!