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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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concomitantes com o comportamento manifesto <strong>no</strong> tipo <strong>de</strong> vinculação inseguro ansiosoambivalente<strong>de</strong>scrito por Ainsworth (Gun<strong>de</strong>rson, 1996).<strong>Na</strong> conceptualização <strong>de</strong> Fonagy e associa<strong>do</strong>s (1995) esta capacida<strong>de</strong> diminuta para realizare possuir representações internas <strong>do</strong>s sentimentos e pensamentos, quer <strong>do</strong> Self quer <strong>do</strong>s objectos,está na epigénese <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte da constelação sintomática da organização limite, incluin<strong>do</strong> ainstável percepção <strong>do</strong> Self (difusão i<strong>de</strong>ntitária), a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> mentalização e simbolização <strong>do</strong>vivi<strong>do</strong> emocional e experiencial, a impulsivida<strong>de</strong> e a tendência <strong>de</strong> passagem ao acto – auto ehetero-agressiva – e os sentimentos crónicos <strong>de</strong> vazio e aban<strong>do</strong><strong>no</strong>. Helen Deutsch (1942) fala<strong>no</strong>sda imaturida<strong>de</strong>, da superficialida<strong>de</strong>, da maleabilida<strong>de</strong> e da labilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes sujeitos,postulan<strong>do</strong> aquilo que <strong>de</strong>sig<strong>no</strong>u por as if personality, chaman<strong>do</strong> a atenção para a difusão i<strong>de</strong>ntitáriacomummente encontrada, bem como para a <strong>de</strong>terioração das i<strong>de</strong>ntificações, acompanhada danão integração das partes <strong>do</strong> Self e <strong>do</strong> objecto, o qual sofre <strong>de</strong> uma total falta <strong>de</strong> empatia porparte <strong>do</strong> sujeito (Dias, 2004).Relativamente ao objecto primário, comummente a mãe, verificam-se lacunas na criação<strong>de</strong> um espaço dual <strong>de</strong> rêverie, contentor e organiza<strong>do</strong>r da experiência psíquica, representativo dafunção alfa <strong>de</strong> transformação e amenização das angústias emergentes, coexistin<strong>do</strong>conflituosamente o libidinal e o agressivo e, concomitantemente, os princípios <strong>do</strong> prazer e darealida<strong>de</strong> (Sá, 2007). Po<strong>de</strong>, igualmente, existir uma falta <strong>de</strong> ligação ou uma excessivasimbiotização (Heimburger, 1995) com esta figura primária <strong>de</strong> relação. Uma investigação <strong>de</strong>Aaronson e colabora<strong>do</strong>res (2006), procuran<strong>do</strong> comparar os estilos <strong>de</strong> vinculação <strong>de</strong> indivíduoscom P.B.P. e com Perturbação <strong>de</strong> Personalida<strong>de</strong> Obsessivo-Compulsiva, verificou que o grupo<strong>de</strong> indivíduos com P.B.P. apresentou resulta<strong>do</strong>s mais eleva<strong>do</strong>s nas dimensões <strong>de</strong> procuracompulsiva <strong>de</strong> cuida<strong>do</strong> e atenção e sentimentos <strong>de</strong> retirada com agressivida<strong>de</strong>/raiva. Ainvestigação confirma também <strong>de</strong>scobertas anteriores <strong>de</strong> que os indivíduos com P.B.P. possuempadrões perturba<strong>do</strong>s <strong>de</strong> vinculação, mas igualmente que o seu padrão inseguro os diferencia nãosó <strong>de</strong> outros indivíduos sem perturbação <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> como também <strong>de</strong> outros com outrasperturbações <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>, constituin<strong>do</strong>-se como um importante factor discriminativo.Também West e colabora<strong>do</strong>res (1993) sugerem que indivíduos com P.B.P. oscilam entre umaintensa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuida<strong>do</strong> e afecto e um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> raiva. Melges e Swartz (1989) verificaram,igualmente, que o eleva<strong>do</strong> nível <strong>de</strong> insegurança na vinculação <strong>de</strong> indivíduos com P.B.P. leva auma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência da figura <strong>de</strong> vinculação, sen<strong>do</strong> que, quan<strong>do</strong> algo interfere com essa<strong>de</strong>pendência, verifica-se um padrão <strong>de</strong> resposta marca<strong>do</strong> por raiva e retirada. Estas formulaçõessão consistentes com a perspectiva <strong>de</strong> Kernberg <strong>de</strong> que os indivíduos com P.B.P. nãoconseguiram realizar a constância objectal, isto é, a capacida<strong>de</strong> consistente <strong>de</strong> sentir-se liga<strong>do</strong> ou9

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