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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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Ψ: “E <strong>no</strong>tava diferença quan<strong>do</strong> a mãe estava presente?”Mãe: “Não, não, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> eu estar presente.”Pai: “Ainda hoje. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong>s pais estarem presentes ele se se fechar sozinho numadivisão ele entra em pânico, fica aflito e diz que já lhe ‘tá a faltar o ar e tu<strong>do</strong>.”Ψ: “Mas é costume em espaços fecha<strong>do</strong>s é isso?”Os <strong>do</strong>is: “É, é.”Pai: “O Afonso é.”Mãe: “Então ela passou uma carta para a consulta <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Foi rápi<strong>do</strong>, aos três a<strong>no</strong>sjá ‘tava lá. Puseram ele logo na terapia da fala, tu<strong>do</strong> <strong>no</strong> hospital. O Afonso ‘tá <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os três a<strong>no</strong>snestas consultas, <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento é que passou para ape<strong>do</strong>psiquiatria, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os três a<strong>no</strong>s, não é brinca<strong>de</strong>ira… e a Dr.ª <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento achavaespesso que o Afonso não sabia <strong>de</strong>senhar. Com 4 a<strong>no</strong>s não sabia <strong>de</strong>senhar. Com 5 a<strong>no</strong>s não sabia<strong>de</strong>senhar.”Ψ: “E ele começou a <strong>de</strong>monstrar melhorias com a terapia da fala?”Mãe: “Sim, sim. Começou a dizer os R’s, os L’s. Mas ele não sabia fazer um quadra<strong>do</strong>, uma bola,pronto; e ele lá andava com as consultas com a psicóloga e eu pedi à Santa Casa para tambémfazer sessões <strong>de</strong> psicóloga com ele, e elas diziam que ele não precisava, que a mãe é que punhamais lareira…”Pai: “Lenha na lareira.”Mãe: “Lenha na fogueira, porque o Afonso não era aquilo que a mãe dizia.”Ψ: “Como é que o <strong>de</strong>screviam então?”Mãe: “Que era um meni<strong>no</strong> calmo e que ‘tava sempre senta<strong>do</strong> <strong>no</strong> chão. Atão o Afonso passava otempo to<strong>do</strong> senta<strong>do</strong>, ‘tava sempre <strong>de</strong> castigo.”Pai: “Não lhe passavam cartão…”Mãe: “Porque o Afonso fazia um disparate «Afonso assenta-te», passava o tempo assim.Entretanto não havia melhorias, recusaram a psicóloga três vezes então a Dr.ª escreveu uma cartase até esta data o Afonso não ter uma psicóloga vamos tomar outras medidas e pediu para mudaro Afonso <strong>de</strong> escola, logo, naquele momento. O Afonso saiu, foi p’rá pré e ali em seis mesesmelhorou.”Pai: “A atenção das funcionárias valeu tu<strong>do</strong>…”Mãe: “Ele continuava com a terapia <strong>no</strong> Garcia, e elas mandavam relatórios acerca <strong>do</strong> Afonso,que tinha vestígios <strong>de</strong> dislexia, muita dificulda<strong>de</strong> <strong>no</strong> <strong>de</strong>senho, na pintura, ainda hoje tem aqueladificulda<strong>de</strong>, mas na primeira classe os riscos saiam to<strong>do</strong>s p’ra fora, mas agora ‘tá melhor. Mas elascomeçaram a ensinar e tu<strong>do</strong> e em seis meses o Afonso (estala os <strong>de</strong><strong>do</strong>s)…diferente. Foi nessa alturaque a Dr.ª começou a preocupar-se porque o Afonso virava-se aos colegas.”164

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