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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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Análise qualitativa:O presente cartão remete para a relação com a imagem materna, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> suscitar temas<strong>de</strong> rivalida<strong>de</strong> fraterna e conflitos <strong>de</strong> auto<strong>no</strong>mia/<strong>de</strong>pendência. As vicissitu<strong>de</strong>s <strong>no</strong> processo <strong>de</strong>separação-individuação <strong>de</strong>sta criança parecem tornar-se evi<strong>de</strong>ntes na narrativa elaborada face aoestímulo latente neste cartão, através da ambivalência evocada face à representação <strong>do</strong> imagomater<strong>no</strong>, <strong>no</strong> qual se sublinha a dimensão da falta <strong>de</strong> cuida<strong>do</strong>s parentais, <strong>de</strong> culpabilização daprópria criança, da ambivalência entre cuidar num nível mais regressivo e auto<strong>no</strong>mizar a criança.Neste senti<strong>do</strong>, a separação parece ser percebida como algo perigoso. O foco <strong>do</strong> imago mater<strong>no</strong>ser, não o bem-estar da criança, mas a a<strong>de</strong>quação (superficial) às <strong>no</strong>rmas sociais – superegoexter<strong>no</strong> (a professora). Destaca-se a ligação excessivamente próxima com o representante dafigura materna (“e viveram felizes para sempre”). Uma vez mais, Afonso evoca umarepresentação <strong>do</strong> imago mater<strong>no</strong> <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> afecto, reduzida à sua dimensão instrumental efuncional, privilegian<strong>do</strong> um contexto dual e exclusivo da relação mãe-filho, o que revela as suasnecessida<strong>de</strong>s a esse nível. No mesmo senti<strong>do</strong> da primeira prancha não há referência à relaçãocontentora e protectora vivida com o imago mater<strong>no</strong>. A sintaxe, invadida porventura pelasangústias internas e pelo processo primário <strong>de</strong> pensamento, torna-se progressivamente mais<strong>de</strong>sorganizada e sem senti<strong>do</strong>.Procedimentos fundamentais:OC9 – perturbações da sintaxe;IF6 – insistência nas representações <strong>de</strong> acção;IF3 – importância dada às interacções, encenações, diálogos;OC5 – isolamento <strong>de</strong> personagens;OC3 – elementos <strong>de</strong> tipo formação reactiva;RE2 – recurso aos <strong>lugar</strong>es-comuns da vida quotidiana, importância dada ao concreto, aofazer.5.“Eu sei lá quem é que ‘tá na cama?! (…) Era uma vez um meni<strong>no</strong> que tinha nasci<strong>do</strong> há poucotempo e fizeram uma cama para ele e …ele não gostou da cama, e começou a chorar, a chorar esó chamava: «Mãe! Pai!»…e eles não conseguiram <strong>do</strong>rmir e tiveram que ir buscar ele…e ele aindacomeçou a chorar na cama <strong>do</strong>s pais, e os pais acordaram cheios <strong>de</strong> <strong>do</strong>res <strong>de</strong> cabeça e <strong>do</strong>res <strong>de</strong>costas e tiveram que ir comprar uma cama <strong>no</strong>va, para o bebé, e ele conseguiu <strong>do</strong>rmir bem e os139

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