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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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materna na figura <strong>do</strong> Sr. Ninguém parece expressar a carência afectiva da criança, como seinconscientemente sentisse que a mãe lhe po<strong>de</strong>ria dar mais atenção, afecto, carinho e protecção.Refere-se, ainda, que a sobre-indulgência materna se encontra dividida entre a figura da criança ea <strong>do</strong> pai, e que a sobre-indulgência paterna se <strong>de</strong>stina unicamente à relação com a mãe.Por outro la<strong>do</strong>, verifica-se uma clara discrepância entre a atribuição <strong>de</strong> itens positivos enegativos, os quais se encontram quase totalmente atribuí<strong>do</strong>s à figura <strong>do</strong> ninguém, aspecto quepo<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>ver-se à intensa culpabilida<strong>de</strong> em expressar a agressivida<strong>de</strong>.Relativamente aos mecanismos <strong>de</strong>fensivos empregues na representação da dinâmica<strong>familiar</strong>, <strong>de</strong>staca-se o recurso à negação, <strong>no</strong> caso da agressivida<strong>de</strong>, principalmente face às figuraspaternas, a qual é intensamente <strong>de</strong>slocada para a figura <strong>do</strong> Sr. Ninguém, não sen<strong>do</strong> portantosaudavelmente integrada e elaborada e sim recalcada ou <strong>de</strong>slocada para outras fontes.Destacamos, também, a i<strong>de</strong>alização da figura materna, a qual recebe numerosos itens positivos,principalmente <strong>no</strong> que se refere ao afecto que a criança reporta receber. Esta necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>i<strong>de</strong>alização da figura materna parece encontrar-se relacionada com a existência <strong>de</strong> angústias maisprimitivas <strong>de</strong> separação, <strong>de</strong> perda <strong>do</strong> amor <strong>do</strong> objecto, e <strong>do</strong> próprio objecto. Verificamos, ainda,alguma tendência regressiva, maioritariamente expressa na relação com a mãe, resulta<strong>do</strong>s queremetem para as intensas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> afecto, cuida<strong>do</strong> e protecção maternas.Por último, a análise da escala <strong>de</strong> Inibição/Desinibição permite aferir que se verifica umainibição mo<strong>de</strong>rada (2 valores em ambas as escalas, positiva e negativa), a qual se revelaparticularmente significativa <strong>no</strong> caso <strong>do</strong>s itens negativos, já que a culpabilida<strong>de</strong> ligada à expressãoda agressivida<strong>de</strong> parece ligar-se ao me<strong>do</strong> <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r afectiva e efectivamente os objectos parentais,a qual <strong>no</strong>s parece substancialmente ligada à história <strong>de</strong> vida da criança, marcada por perdas,<strong>de</strong>sprotecção, violência e aban<strong>do</strong><strong>no</strong>, às suas angústias internas <strong>de</strong> <strong>de</strong>samparo e separação, ao tipo<strong>de</strong> relações que estabelece (<strong>de</strong> natureza anaclítica, por não perceber o objecto como total eambivalente, mas sim cliva<strong>do</strong>, e pela gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência afectiva que <strong>de</strong><strong>no</strong>ta), e às <strong>de</strong>fesas queemprega (i<strong>de</strong>alização primitiva, clivagem <strong>do</strong> self e <strong>do</strong> objecto e negação).Escala <strong>de</strong> percepção da criança sobre o estilo educativo <strong>do</strong>s pais – EMBU-CAtravés <strong>do</strong> presente instrumento salienta-se o facto <strong>de</strong> João não ter reporta<strong>do</strong> qualquertipo <strong>de</strong> diferenciação na percepção <strong>do</strong> estilo educativo parental entre os progenitores, facto quepo<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>ver-se à sua dificulda<strong>de</strong> em conseguir distinguir as práticas educativas utilizadas porcada um <strong>do</strong>s pais, mas também à tendência para a <strong>de</strong>sejabilida<strong>de</strong> e para revelar resulta<strong>do</strong>s social emoralmente a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s (não se comprometen<strong>do</strong> <strong>de</strong>fensivamente com os itens constituintes daprova). Em termos <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s pela criança, e aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao índice factorial208

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