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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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Ψ: “E aí começaram as alterações <strong>de</strong> comportamento?”Mãe: “Do comportamento sim, aos quatro, cinco a<strong>no</strong>s. Começou a revoltar-se com os colegas, aapontar facas à irmã, a mandar tu<strong>do</strong> o que encontrava <strong>no</strong> chão aos primos, partiu a cabeça aoprimo duas vezes.”Pai: “Ele não tem <strong>no</strong>ção <strong>do</strong> perigo.”Mãe: “Como quem diz «és meu até ao fim», ele não media.”Ψ: “Não havia meio termo…”Mãe: “Não, e <strong>de</strong>pois não tem <strong>no</strong>ção.”Ψ: “Portanto os pais aperceberam-se ao mesmo tempo que a escola, fazia esses comportamentosem casa e na escola?”Os <strong>do</strong>is: “Sim.”Ψ: “E os que é que os pais achavam disto? Que i<strong>de</strong>ias é que iam formulan<strong>do</strong> acerca <strong>do</strong> que seestava a passar com o Afonso?”Mãe: “Às vezes a gente pensava «Será que é da gente morar aqui <strong>no</strong> bairro?», mas não, eramesmo <strong>do</strong> Afonso, até porque mesmo com os adultos ele era assim, com cinco a<strong>no</strong>s atirou ummacha<strong>do</strong> ao meu sobrinho <strong>de</strong> <strong>de</strong>zassete a<strong>no</strong>s que ‘tava a gozar com a maneira <strong>de</strong>le falar.”Pai: “Mas o Afonso agora ‘tá muito melhor.”Mãe: “E então o Afonso começou a agredir os colegas e as auxiliares e as educa<strong>do</strong>ras. No<strong>de</strong>senvolvimento começaram a dar a Ritalina, não, a Risperi<strong>do</strong>na, em xarope, em gotinhas, mas oAfonso não reagia àquilo. Foi quan<strong>do</strong> em reunião com a pe<strong>do</strong>psiquiatria falaram <strong>do</strong> caso <strong>do</strong>Afonso, que o Afonso era uma criança muito violenta, muito agressiva, que se virava aos adultos,não tinha…ele regras tinha mas não queria assumir as regras, porque lá na escola explicaram queele tinha as regras todas ele é que não queria saber, em casa também tinha, ele é que não queira,porque as professoras um dia chamaram-<strong>no</strong>s ordinários, que tínhamos um filho ordinário e queos pais também eram ordinários como o filho, e eu fui logo lá, ninguém me conhece para dizerque eu sou ordinária! E foi quan<strong>do</strong> eu disse que o meu filho po<strong>de</strong> ser assim mas a minha filhanão é, que a L andava lá <strong>no</strong> terceiro a<strong>no</strong> e eu até hoje não tenho queixas da minha filha, elaquan<strong>do</strong> soube quem era a minha filha ficou <strong>de</strong> boca aberta.”Pai: “Disse logo que era impossível.”Mãe: “Que ela era uma menina tão santinha, ela não abre a boca…”Pai: “E o mesmo com a mais <strong>no</strong>va, ela é uma santa.”Mãe: “É assim, ela tem as duas personalida<strong>de</strong>s, tanto é rabina como o Afonso, como ‘tásossegada como a L.”165

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