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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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tarefa até ao seu térmi<strong>no</strong>, “<strong>de</strong>sligava”, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> pon<strong>de</strong>rada a hipótese <strong>de</strong> ficar mais um a<strong>no</strong> napré-primária, o que acabou por não acontecer. <strong>Na</strong> escolarida<strong>de</strong> primária tiveram início as queixas<strong>de</strong> comportamento, com a manifestação <strong>de</strong> uma intensa irrequietu<strong>de</strong> psicomotora. Questiona<strong>do</strong>sacerca das representações que fizeram em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong>sta situação, a mãe refere que na alturarelativizava e atribuía ao facto <strong>de</strong> ele ter esta<strong>do</strong> em casa até à pré-primária para justificar a décalagecom as outras crianças. O pai, por outro la<strong>do</strong>, <strong>de</strong>svaloriza completamente todas as dificulda<strong>de</strong>s dacriança (“é um rótulo <strong>do</strong>s professores”), <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> que se Tomás for obriga<strong>do</strong> faz o que lhe édito.Entrevista com os paisΨ: “Olá boa tar<strong>de</strong>. Des<strong>de</strong> já agra<strong>de</strong>ço a vossa presença e a participação nesta investigação. Aintenção <strong>de</strong>sta entrevista é recolher alguns da<strong>do</strong>s relativos à infância <strong>do</strong> Tomás, alguns aspectos<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>le até à data e falarmos um bocadinho sobre ele…”Mãe: “Pronto, gravi<strong>de</strong>z não foi planeada, aconteceu. Foi uma gravi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> risco porque ele quisnascer antes <strong>do</strong> tempo, mas pronto, <strong>de</strong>pois comecei a ser seguida aqui e tu<strong>do</strong>, <strong>de</strong>pois correu tu<strong>do</strong>bem, nasceu aqui <strong>de</strong> oito meses e qualquer coisa, não chegou a fazer os <strong>no</strong>ve meses.”Ψ: “E como <strong>de</strong>correu o parto, <strong>no</strong>rmal, com complicações?”Mãe: “Eu comecei a absorver o líqui<strong>do</strong> amniótico, mas foi parto <strong>no</strong>rmal… Entretanto <strong>de</strong>ientrada, não ‘tava ainda na altura <strong>de</strong> ele nascer, foram-me dadas aquelas injecções todas, aquelascoisas, <strong>de</strong>pois ‘tive foi que estar em repouso. ‘Tive em repouso, entretanto fui para casa, mas<strong>de</strong>pois começaram as contracções <strong>no</strong>vamente e foi quan<strong>do</strong> eu vim, e foi quan<strong>do</strong> ele nasceu. Querdizer, não foi nada aaassiim, o A foi pior.”Ψ: “Portanto o Tomás não é o primeiro filho…”Mãe: “Não, é o terceiro, da N correu tu<strong>do</strong> bem, foi uma gravi<strong>de</strong>z <strong>no</strong>rmal, <strong>do</strong> A foi uma gravi<strong>de</strong>z<strong>de</strong> risco, tive que ficar aqui internada, e <strong>de</strong>pois o Tomás também, não foi tão grave como o <strong>do</strong> A,mas, pronto, mas também <strong>de</strong>u um bocadinho <strong>de</strong>…trabalho. Mas <strong>de</strong>pois nasceu e correu sempretu<strong>do</strong> bem, foi sempre um miú<strong>do</strong> sossega<strong>do</strong>, não dava assim muito trabalho, comia bem,impecável…”Ψ: “E a escolha <strong>do</strong> <strong>no</strong>me?”Mãe: (ri-se) “Fui eu e a N…”Pai: “Pois foi.”Mãe: “Porque ele ‘tava fora, eu procurei, ele dizia: «Tu é que sabes.», é aquela coisa, não é? E eu<strong>de</strong>pois escolhi com a N. Eu queria Guilherme, não foi, e <strong>de</strong>pois a N dizia que não podia serporque <strong>de</strong>pois lhe chamavam Gui, e não podia ser, não tinha lógica nenhuma. Então ficouTomás, eu escolhi Tomás, assim é que foi, e ela escolheu Filipe. Depois eu procurei o pai a254

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