Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...
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AfonsoJoãoTomásAntece<strong>de</strong>ntes<strong>familiar</strong>espsiquiátricosSim (ambos ospais).Sim (a mãe).Sim (a mãe).Acontecimentos traumáticos,perdas, separaçõesprecoces/prolongadasPerda da avó paterna aos três a<strong>no</strong>s e<strong>do</strong> avô pater<strong>no</strong> aos sete, sen<strong>do</strong> estaparticularmente difícil dada a gran<strong>de</strong>proximida<strong>de</strong> entre os <strong>do</strong>is. Ausênciaefectiva <strong>do</strong> pai por alguns perío<strong>do</strong>s eausência emocional da mãe emdiversas situações na primeirainfância.Episódios constantes e continua<strong>do</strong>s<strong>de</strong> maus-tratos severos, bem comoaban<strong>do</strong><strong>no</strong>s e separações precoces.Ausência significativa <strong>do</strong> pai emdiversos perío<strong>do</strong>s, a qual parece terfacilita<strong>do</strong> a relação simbiotizante damãe com a criança.Padrão <strong>de</strong> vinculaçãoinseguro-ambivalenteou <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong>Elementos da históriaclínica e resulta<strong>do</strong>s dasprovas projectivas levam acrer que existe um padrão<strong>de</strong> vinculação inseguroambivalente.Verifica-seuma importanteambivalência face àprincipal figura <strong>de</strong>vinculação – mãe -, patenteem movimentosdicotómicos mútuos (damãe e da criança) <strong>de</strong>aproximação e rejeição;bem como características<strong>de</strong> relacionamentointerpessoal intenso,instável na criança, gran<strong>de</strong><strong>de</strong>pendência e me<strong>do</strong> daperda da figura <strong>de</strong>vinculação, a par <strong>de</strong> poucautilização da figura <strong>de</strong>vinculação e <strong>de</strong>sagra<strong>do</strong>perante a separação. Sãoevi<strong>de</strong>ntes falhas naconstância objectal, e aexistência <strong>de</strong> relações <strong>de</strong>objecto internas percebidascomo pouco securizantes,protectoras e contentoras.Perturbações<strong>de</strong>parentalida<strong>de</strong>Práticas parentaisinconsistentes e<strong>de</strong>sa<strong>de</strong>quadas, falta<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>reflexiva e <strong>de</strong>implicação <strong>no</strong>scomportamentos dacriança.Aplicação <strong>de</strong>castigos e puniçõesseveros e<strong>de</strong>sa<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s;incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>contenção e <strong>de</strong>rêverie; falta <strong>de</strong>contingência nasrespostas aoscomportamentos eaos esta<strong>do</strong>semocionais; falta <strong>de</strong>implicação <strong>no</strong>scomportamentos dacriança.Marcadaconflitualida<strong>de</strong>quanto aos estilos epráticas parentais;aplicaçãoinconsistente e porvezes severa <strong>de</strong>castigos e puniçõesfísicas.Representações <strong>de</strong>parentalida<strong>de</strong>(criança)Ambivalência narepresentação <strong>do</strong> imagopater<strong>no</strong> (i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong> eagressivo), e <strong>do</strong> imagomater<strong>no</strong> (rejeitante, semressonância afectiva maspresente numa dimensãofuncional).Representação <strong>do</strong> imagopater<strong>no</strong> ausente e <strong>do</strong>mater<strong>no</strong> reduzida, porémfuncional e semressonância afectiva.Representação <strong>do</strong> imagopater<strong>no</strong> ausente (CAT-A),rejeitante e controla<strong>do</strong>ra(EMBU) e <strong>do</strong> mater<strong>no</strong>reduzida, porémfuncional e semressonância afectiva.Representações dadinâmica <strong>familiar</strong>(criança)Representação da dinâmica<strong>familiar</strong> como confusa,conflitual e ambivalente (hostile i<strong>de</strong>alizada), ausência <strong>de</strong>triangulação edipiana (CAT),tendência regressiva,representação ambivalente dafigura paterna (i<strong>de</strong>alizada eagressiva); dificulda<strong>de</strong>s <strong>no</strong>sprocessos <strong>de</strong> separaçãoindividuação(FRT).I<strong>de</strong>alização da figura materna(negação da agressivida<strong>de</strong>);ausência <strong>de</strong> conflitualida<strong>de</strong>edipiana, tendência regressiva,dificulda<strong>de</strong>s na integração da<strong>no</strong>ção <strong>de</strong> família e dasdiferenças geracionais;dificulda<strong>de</strong>s <strong>no</strong>s processos <strong>de</strong>separação-individuação (FRT).Impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar atriangulação edipiana,sobreinvestimento ei<strong>de</strong>alização da figura materna,conflitualida<strong>de</strong> e hostilida<strong>de</strong>para com o pai e os irmãos,tendência regressiva;dificulda<strong>de</strong>s <strong>no</strong>s processos <strong>de</strong>separação-individuação (FRT).Tabela 2. Análise <strong>do</strong>s factores etiopatogénicos (Keinänen, 2012) e da dinâmica <strong>familiar</strong> e das representações parentais na Organização Bor<strong>de</strong>rline <strong>de</strong> Personalida<strong>de</strong>26