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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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Pai: “Mas o Afonso também é assim. Se não o chatearem ele fica assim… O Afonso tira a roupase alguém precisar, dá tu<strong>do</strong>, mas não lhe chateiem a cabeça nem lhe passem a perna senão ‘tátu<strong>do</strong> estraga<strong>do</strong>. “Mãe: “Ele não me<strong>de</strong>, passa logo à acção! “Pai: “O mal é esse.”Ψ: “E que estratégias é que os pais utilizavam nessa altura para lidar com o Afonso? Ou mesmoactualmente?”Mãe: “Metemos ele <strong>de</strong> castigo, nós não batemos, vai logo <strong>de</strong> castigo. Às vezes fico envergonhadae <strong>de</strong> boca aberta…”Pai: “Às vezes a gente fica sem saber o que é que há-<strong>de</strong> fazer. Porque eu penso assim: «Bem, oAfonso ‘tava sossega<strong>do</strong>, eles é que o provocaram , eles já sabem como é que o Afonso é, vão àprocura <strong>de</strong> chatices» . Ele nem olha, parece que cega naqueles momentos.”Mãe: “Ele respon<strong>de</strong> às pessoas, seja adulto, seja criança, e <strong>de</strong>pois é que vê «Eh, já fiz asneira!».”Pai: “Então não foi ameaçar o professor comigo?!”Mãe: “Pois foi. O professor <strong>de</strong> apoio. «Ah eu não posso contigo, mas vem cá o meu pai e parteteto<strong>do</strong>!”». E o professor foi ter como ele. «Olhe, o Sr. é que é o pai <strong>do</strong> Afonso?. «Sou sim.».”Pai: “E eu fui pedir <strong>de</strong>sculpa, então o que é que havia <strong>de</strong> fazer?! Porque eles também não sabemo comportamento <strong>do</strong> Afonso.”Mãe: “Eles não mostram os relatórios <strong>do</strong> Afonso!”Pai: “Eles entram lá na escola e não lhes dão conhecimento <strong>do</strong> problema <strong>do</strong> Afonso. “Ψ: “E é importante que isso aconteça, não para justificar mas para ajudar a compreen<strong>de</strong>r…”Pai: “Para ajudar a compreen<strong>de</strong>r o Afonso. Às vezes o Afonso ‘tá a comportar-se que nem umbicho e eles não sabem os porme<strong>no</strong>res <strong>do</strong> comportamento <strong>de</strong>le, <strong>do</strong> porquê que ele faz isso.”Mãe: “O Afonso se for leva<strong>do</strong> com atenção e com carinho têm tu<strong>do</strong> <strong>de</strong>le.”Pai: “Quem souber levar o Afonso tem ali um…”Mãe: “A professora <strong>de</strong> inglês sofreu muito com ele. Como ela era muito gorda era gozada comele a torto e a direito. «Gorda!». E então ela veio-me dizer: «Ai a sua L é tão diferente! Não temnada a ver com o Afonso e eu não sei o que hei-<strong>de</strong> fazer ao Afonso, o Afonso dá-me <strong>do</strong>ida». Eeu tive-lhe a explicar que o Afonso é assim, o Afonso, dê-lhe um bocadinho <strong>de</strong> atenção, dê-lheum carinho. Ela passou duas semana veio-me dizer: «Ai o Afonso é um amor nas minhas aulas.».Mu<strong>do</strong>u radicalmente.”Pai: “O Afonso é uma criança que gosta <strong>de</strong> ser mimada. Se vê que lhe tão a passar a perna… Sefor muito amiga <strong>do</strong> Afonso e <strong>de</strong>pois vem outra pessoa o Afonso já se ta a sentir inferior, «oh, jánão presto».”166

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