13.07.2015 Views

Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

elacionadas com alguma conflitualida<strong>de</strong> <strong>no</strong> contexto da fratria, mas também com <strong>de</strong>sejosubjacente movimentos <strong>de</strong> crescimento e auto<strong>no</strong>mia. Encontram-se presentes nas narrativasimportantes fragilida<strong>de</strong>s narcísicas e sentimentos <strong>de</strong> auto-<strong>de</strong>preciação, bem como núcleos <strong>de</strong>fragilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressivida<strong>de</strong>, sem contu<strong>do</strong> ser elaborada a posição <strong>de</strong>pressiva. As pulsõesagressivas não parecem a<strong>de</strong>quadamente integradas e surgem associadas a uma voracida<strong>de</strong> oral<strong>de</strong>strutiva, sen<strong>do</strong> comuns temáticas ao nível da oralida<strong>de</strong>. Referem-se, ainda, importantesdificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mentalização e <strong>de</strong> representação simbólica <strong>do</strong> vivi<strong>do</strong> emocional, particularmenteperante o confronto com sentimentos <strong>de</strong> solidão e <strong>do</strong> <strong>de</strong>samparo, face aos quais se verifica, porvezes, a emergência <strong>do</strong> processo primário <strong>de</strong> pensamento. A falência <strong>do</strong>s recursos inter<strong>no</strong>s face asituações <strong>de</strong> maior conflito e angústia produz conteú<strong>do</strong>s mais arcaicos e me<strong>no</strong>s organiza<strong>do</strong>s,alguns <strong>de</strong>les reflexo da intensa luta anti<strong>de</strong>pressiva. Parecem estar patentes algumas lacunasprecoces na construção da relação e da representação objectais contentoras, apazigua<strong>do</strong>ras e quefortaleçam a estrutura egóica, perceben<strong>do</strong>-se, a criança, <strong>de</strong>sprotegida e exposta a ameaçasprovenientes da realida<strong>de</strong> externa, perante as quais escasseiam os recursos inter<strong>no</strong>s necessáriospara os enfrentar. Neste senti<strong>do</strong>, a angústia <strong>do</strong>minante parece ser <strong>de</strong> <strong>de</strong>samparo e perda <strong>de</strong>objecto, pelo que se encontram presentes necessida<strong>de</strong>s regressivas <strong>de</strong> cuida<strong>do</strong> e protecção. <strong>Na</strong>representação da dinâmica <strong>familiar</strong> é evocada uma dimensão <strong>de</strong> insatisfação generalizada, perantea qual a criança evi<strong>de</strong>ncia a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recorrer ao exterior e ser ela própria a gratificar afamília para ser gosta<strong>do</strong> e possuir algum valor narcísico.As narrativas são construídas com algum grau <strong>de</strong> imaturida<strong>de</strong>, tanto <strong>no</strong> que concerne aomo<strong>do</strong> como o discurso está organiza<strong>do</strong> como <strong>no</strong> vocabulário empregue.247

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!