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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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Ψ: “Para terminarmos, algum marco significativo <strong>no</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>le, algumacontecimento, positivo ou negativo, que os pais consi<strong>de</strong>rem importante assinalar?”Mãe: “Não… O meu pai faleceu mas o Tomás era bebezito não se apercebeu, não teve <strong>no</strong>ção.Eu acho que isso também lhe passa tu<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong>.”Pai: “Ele não é muito sentimental…”Mãe: “Não, não, passa-lhe tu<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong>. <strong>Na</strong>sceu a minha sobrinha, eu <strong>no</strong>to às vezes aqueleciuminho comigo, quan<strong>do</strong> eu estou a falar com ela, <strong>de</strong>pois vem para o meu colo, mas tambémnão é nada <strong>de</strong> especial.”Pai: “Mas o miú<strong>do</strong> não tem problemas nenhuns, ao fim e ao cabo. A gente po<strong>de</strong> sair e <strong>de</strong>ixá-locom algum <strong>do</strong>s irmãos e ele fica bem. Eles vão brincar, não mexem em nada perigoso, nada, ‘tãosempre ali resguarda<strong>do</strong>s.”Mãe: “O A diz logo: «Fechem tu<strong>do</strong>». O Tomás se tem fome, o A trata <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is, muitas das vezesaté é o Tomás que vai, abre o pão, tu<strong>do</strong> sozinho, o Tomás é um boca<strong>do</strong> preguiçoso mas quan<strong>do</strong>precisa <strong>de</strong> alguma coisa arranja-se bem.”Pai: “Ele é muito prático. Só tem muito cuida<strong>do</strong> é com o cabelo, para pôr gel e assim…”Mãe: “E ele é que faz sozinho, não somos nós. Ele acaba <strong>de</strong> tomar banho e vai-se pentear,mesmo sem cabelo, p’ró espelho. Eles às vezes tomam banho juntos…”Pai: “Mas é mais para a brinca<strong>de</strong>ira, é mais p’ra apren<strong>de</strong>r a nadar <strong>do</strong> que p’ra tomar banho…Mas atenção: para ir à casa <strong>de</strong> banho tem <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> porta fechada, não <strong>de</strong>ixa ninguém estar aopé…”Mãe: “É uma coisa por <strong>de</strong>mais! Nem com o pai. Se o pai tiver a tomar banho ele espera para ir àcasa <strong>de</strong> banho… Nem com o irmão.”Ψ: “Para terminar, como é que <strong>de</strong>screveriam o Tomás, assim em poucas palavras?”Mãe: “Terrorista!”Pai: “Terrorista o quê? É <strong>no</strong>rmal da ida<strong>de</strong>…”Mãe: “Safa<strong>do</strong>…”Pai: “O quê?”Mãe: “Safa<strong>do</strong>. Desculpa mas é safa<strong>do</strong>.” (ri-se)Pai: “É um chico-esperto! Não é assim <strong>de</strong> fazer nada <strong>do</strong> outro mun<strong>do</strong>. Tem as suas coisas, queàs vezes não lembra a ninguém, nem sei se castigo se me rio.”Mãe: “E é carinhoso, é meiguinho…”Pai: “De vez em quan<strong>do</strong> tem que se chegar lá e dizer: «é assim, é assim».”267

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