Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...
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há morcegos e humida<strong>de</strong>?». «As grutas são todas iguais meu filho.» e o urso que era o chefedaquilo tu<strong>do</strong> man<strong>do</strong>u atacar eles, e eles estavam bem escondi<strong>do</strong>s, conseguiam ir buscar eles pelocheiro da roupa e o urso pren<strong>de</strong>u-os a uma corda e era para os mandar para uma piscina cheia <strong>de</strong>crocodilos. E apareceu o super-herói, to<strong>do</strong>s não gostavam <strong>de</strong>le, e salvou a ursa e levou a ursa aocolo e <strong>de</strong>pois levou para a sua caverna, e o urso virou-se para ela: «’Tás bem?»” e ela disse assim«Eu ‘tou, mas o meu filho não <strong>de</strong>ve ‘tar», e ele foi lá outra vez, muito cuidadinho para não terpistas…e conseguiu ver ele, ‘tava preso numa jaula, a morrer à fome e ele foi lá falar com ele e ourso mais pequeni<strong>no</strong> virou-se “Aquele homem não é o meu pai, aquele homem fez uma plástica aimitar o meu pai!” e eles foram salvar o pai, e foram salvar to<strong>do</strong>s e os ursos viveram felizes parasempre. Vitória, vitória, acabou-se a história.”Procedimentos fundamentais:IF8 – expressões cruas ligadas a uma temática agressiva;IF3 – encenações, diálogos, importância dada às interacções;IF7 – fabulação longe <strong>do</strong> cartão;OC9 – perturbações da sintaxe;IF1 – introdução <strong>de</strong> personagens que não figuram na história.Análise qualitativa:Remeten<strong>do</strong> <strong>no</strong>vamente para as representações acerca da curiosida<strong>de</strong> sexual, da cenaprimitiva e da relação entre os progenitores, na narrativa <strong>de</strong> Afonso <strong>no</strong> presente cartão parece<strong>no</strong>ssaliente a <strong>de</strong>sarmonia em tor<strong>no</strong> da relação parental, na qual parece permanentemente existirum <strong>de</strong>sencontro, não conseguin<strong>do</strong> ambas as figuras estar integradas numa relação a<strong>de</strong>quada,culminan<strong>do</strong> sempre em situações <strong>de</strong> conflito, perigo e agressivida<strong>de</strong>. Neste senti<strong>do</strong>, parece-<strong>no</strong>sque a criança não consegue integrar os <strong>do</strong>is elementos <strong>do</strong> casal parental em conjunto (a narrativaé constituída por partes nas quais o urso bebé ora interage com um ora com outro <strong>do</strong>s pais, eportanto maioritariamente em relações diádicas), o que inviabiliza a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representarsimbolicamente a relação triangular edipiana. Pre<strong>do</strong>mina a <strong>de</strong>limitação <strong>do</strong>s espaços inter<strong>no</strong>s eexter<strong>no</strong>s, investi<strong>do</strong>s positiva e negativamente. Parece, igualmente, ser evocada uma representaçãoambivalente face a um imago pater<strong>no</strong>, o qual tanto é percebi<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma agressiva, com algumgrau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança e <strong>de</strong>sconhecimento associa<strong>do</strong>, como i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>. Perante o conteú<strong>do</strong> latentesubjacente a este cartão, a inquietação solicitada parece reflectir <strong>no</strong>vamente uma problemática <strong>de</strong>aban<strong>do</strong><strong>no</strong> e perda <strong>de</strong> objecto, a par <strong>de</strong> um contexto <strong>de</strong> analida<strong>de</strong>, pela co<strong>no</strong>tação agressiva danarrativa e pela representação <strong>do</strong> espaço continente/gruta (equivalente mater<strong>no</strong>), o qual, em vez141