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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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Mãe: “Mas era má…muita má. Ele fazia os xixis, fazia os cocós, tanto que ao principio ele não sechegava ao pé <strong>de</strong> um cão. E ele agora gosta é <strong>de</strong> cães pequeni<strong>no</strong>s, que cães gran<strong>de</strong>s, ui, temme<strong>do</strong>, põe-se ao longe.”Ψ: “Então se calhar po<strong>de</strong>mos começar por antes, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> é que vem esta vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>do</strong>ptar?”Mãe: “Ele não queria, digo já, ele nunca quis…”Pai: “A minha mulher é açoriana e partiu <strong>de</strong>, <strong>de</strong>…”Mãe: “De uma visita que a minha prima fez surpresa.”Pai: “Portanto, fomos passar umas férias e houve uma visita a uma instituição on<strong>de</strong> haviacrianças e portanto, nessa altura houve uma criança que…”Mãe: “Se agarrou a ele…”Pai: “E eu fiquei sensibiliza<strong>do</strong> com aquilo…”Mãe: “Foi lhe pedir chocolates.”Pai: “Era a J, e a minha intenção era ir lá e tentar trazê-la.”Ψ: “Foi, portanto nessa altura, em que surgiu a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> a<strong>do</strong>ptarem uma criança.”Mãe: “Foi, que eu até an<strong>de</strong>i às voltas para trazer a menina. Eu ao tempo que andava a pensara<strong>do</strong>ptar. Ele não, porque ele teve um colega que teve uma menina, já tinha um quartinho e tu<strong>do</strong>,e <strong>de</strong>pois foram lá e tiraram a menina, mas também não ‘tava legal. Não tinha cabimento nenhumterem a menina sem estar legal. Isso nunca se faz. Apanha-se amor à criança…”Pai: “Depois, vim p’ra cá, mesmo cá ainda tentei trazer a menina porque ela tem família lá, faleiaté com o padre que era o director da instituição e ele começou a pôr problemas…”Mãe: “Não, ele disse «Por mim a criança ia já.».”Pai: “Mas começaram a pôr muitos problemas por causa da família e tu<strong>do</strong>. E eu acabei por<strong>de</strong>sistir.”Mãe: “Eu ainda liguei para lá, mas os Doutores ‘tavam a passar férias aqui, e eles disseram queera impossível porque eu não morava lá, era uma estupi<strong>de</strong>z e passa<strong>do</strong> um mês saiu a lei que já sepodia a<strong>do</strong>ptar em qualquer sítio. Eu então aí recebi uma carta que tinha lá um meni<strong>no</strong>, tinha queser também um meni<strong>no</strong>.”Ψ: “E tinham preferência, entre um meni<strong>no</strong> e uma menina?”Os <strong>do</strong>is: “Não, não.”Pai: “Era indiferente.”Mãe: “Ele tinha me<strong>do</strong>, mas foi porque a minha prima fez-me esta surpresa <strong>de</strong> ir ver meni<strong>no</strong>s auma instituição e aquela menina se agarrou a ele e era muito bonita, cabelo lin<strong>do</strong>, olhos pretos,loirinha, era muito gira e agarrou-se a ele e pediu-lhe chocolates e ele foi buscar.”Pai: “E foi a partir daí.”Mãe: “Foi. Depois quan<strong>do</strong> eu cheguei….”213

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