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Na Terra do Nunca, no lugar de ninguém: dinâmica familiar ...

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solicitações latentes, já que Afonso coloca a tónica em representações <strong>de</strong> acção que parecemremeter para alguma inquietação interna e que surgem como recursos <strong>de</strong>fensivos, impedin<strong>do</strong> oconfronto. De facto, não se verifica a evocação <strong>do</strong> conflito edipia<strong>no</strong>, por impossibilida<strong>de</strong> emace<strong>de</strong>r e representar a experiência da triangulação relacional, salientan<strong>do</strong>-se, ainda, a emergência<strong>de</strong> mecanismos mais arcaicos, tais como a omnipotência e o acting out. Neste senti<strong>do</strong>, a relaçãoentre os personagens na sua vertente <strong>de</strong> triangulação não é reconhecida, <strong>de</strong>sempenhan<strong>do</strong> osprotagonistas a mesma activida<strong>de</strong>, sem diferenciação que não pela força, ligada a uma certaomnipotência, e portanto sem a dialéctica edipiana que subjaz o cartão entre gran<strong>de</strong>-peque<strong>no</strong>,progenitor-filho. Ainda assim, parece verificar-se uma vez mais uma certa i<strong>de</strong>ntificação ao herói,o “campeão”, representa<strong>do</strong> como o mais forte, o que, já que se torna uma conteú<strong>do</strong> repetitivo,<strong>no</strong>s parece revelar as fragilida<strong>de</strong>s narcísicas da criança. Refere-se, ainda, que são evocadasnecessida<strong>de</strong>s regressivas na or<strong>de</strong>m da oralida<strong>de</strong>, revela<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> uma certa avi<strong>de</strong>z relacional,resolvida pela funcionalida<strong>de</strong> da alimentação.Procedimentos fundamentais:IF6 – insistência nas representações <strong>de</strong> acção;RE5 – sobreinvestimento na qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> objecto (valência narcísica positiva);RE2 – recurso aos <strong>lugar</strong>es-comuns da vida quotidiana, importância dada ao concreto, aofazer;RA1 – expressão verbalizada <strong>de</strong> afectos;EI1 – tendência à recusa.3.“Era uma vez <strong>do</strong>is ratos, ‘tavam a correr a selva. E o rato que era mais corajoso passava por tu<strong>do</strong>e o outro que era me<strong>no</strong>s corajoso. E ele passou por uma coisa com muito pêlo, pensou que erauma rocha, e <strong>de</strong>pois ele levantou-se e começa a fazer urahhhh e a ressonar. E o rato corajoso foiseescon<strong>de</strong>r atrás <strong>de</strong> uma rocha. E <strong>de</strong>pois o leão foi passear e foi apanha<strong>do</strong> por um caça<strong>do</strong>r. E‘tava <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> corda e ele chamou o rato para roer aquilo, e o rato tinha me<strong>do</strong> <strong>de</strong>le,não foi capaz. E <strong>de</strong>pois to<strong>do</strong>s gozaram com ele e <strong>de</strong>pois ele chegou lá, roeu a corda e salvou oleão. E eles foram os melhores amigos para sempre. Vitória, vitória, acabou-se a história.”Análise qualitativa:Pela saturação <strong>de</strong> elementos significativos através da presença <strong>do</strong> próprio bestiário e seusatributos fálicos e <strong>do</strong>minantes, as narrativas elaboradas neste cartão po<strong>de</strong>m ser associadas quer à137

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