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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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talar, em casas de parto ou em domicílio. Este termo diz respeito

à mudança do modelo de assistência, propondo o uso seletivo

de intervenções movido pela preocupação com a segurança e

o bem-estar da paciente. Ao invés do uso acrítico de intervenções

agressivas no parto, propõe-se uma assistência baseada

em evidências científicas e nos direitos humanos das pacientes.

Para Diniz (2005), além da mudança técnica nas intervenções, o

“termo humanização expressa uma mudança na compreensão

do parto como experiência humana e, para quem o assiste, uma

mudança no ‘que fazer’ diante do sofrimento do outro”. (DINIZ,

2005, p.628).

Para melhor compreender o contexto do excesso de CC desnecessárias

em gestações de baixo risco no Brasil, recorremos ao

modelo interpretativo do interacionismo simbólico. Encontramos

nas explicações sobre construção de significados sociais a possibilidade

de analisar melhor por que o País ainda vive uma epidemia

de CC, mesmo quando seus riscos já foram explicitados pela

ciência, indicando que seus benefícios não justificam as escolhas

pela cirurgia em detrimento do parto natural.

O trabalho de parto e nascimento vai além dos aspectos

fisiológicos. Ele é um fenômeno cultural vinculado à própria realidade

(HOTIMSKY, 2007), cercado de narrativas explicativas que

se transformam em crenças e mitos (ELIADE, 2000). A própria interpretação

do que é normal e natural é uma construção cultural

(HOTIMSKY, 2007), que pode ser avaliada a partir da perspectiva

teórica do interacionismo simbólico e sua abordagem dos estudos

da vida e do comportamento humanos (BLUMER, 1988). Para

Nogueira (2013), a humanização tem demonstrado que o parto

espontâneo “desprovido de filtros e parafernálias” permite que

156 COMUNICAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCURSOS EM CONFLITO

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