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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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fetais, os olhares dos profissionais de saúde direcionaram-se para

a tela do aparelho e ela passou a sentir que era a máquina quem

teria o bebê, e não ela própria.

Para além da dor fisiológica do parto, as intervenções podem

ser muito mais dolorosas, aumentando as chances da necessidade

de anestesia farmacológica (devido à indução com

ocitocina, que aumenta artificialmente as contrações), ou mesmo

tornando a anestesia obrigatória, como na episiotomia, no

uso de fórceps ou na CC. Se a mulher suportar as intervenções

do pré-parto, ela será levada para a sala de partos onde ficará

fisicamente imobilizada em uma maca, com as pernas pra cima

– mais de 90% das mulheres brasileiras em 2011-2012 tiveram

seus partos nesta posição (LEAL; GAMA, 2014). Esta é uma posição

disfuncional, que prejudica a circulação do sangue entre a mãe

e o bebê, dificulta a melhor utilização da musculatura pélvica e

abdominal pela mulher e impede o efeito da gravidade no parto.

A mulher literalmente fica de pernas “para o ar” e com seus genitais

expostos. Dentro do sistema de crenças, este ritual preserva

a cultura de poder, valoriza o médico (que terá o controle exclusivo

do processo) e reflete em seus símbolos a superioridade de

atributos masculinos sobre o feminino – necessitado de tutela e

subordinação (DAVIS-FLOYD, 2016).

Estudos qualitativos mostram que quanto menor for a condição

social da gestante, mais vulnerável ela estará a abusos verbais

voltados para a humilhação sexual (como: “quando você fez,

você gostou”), tidos como uma forma de disciplinar as pacientes,

desmoralizando seu sofrimento. Ao mesmo tempo, ela receberá

menos intervenções médicas voltadas ao seu conforto (MATTAR;

DINIZ, 2012).

172 COMUNICAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCURSOS EM CONFLITO

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