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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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a partir deste conjunto de ideias, de “diagnósticos” sobre a violência

com toda sua potência de adesão social e suas graves limitações.

Um exemplo é a construção discursiva dos meios de comunicação

sobre o crime como barbárie, veiculando a imagem de

um território mergulhado no caos, como no caso recente do Rio

de Janeiro (2018), que deu causa à intervenção militar na área da

segurança pública. A dramatização midiática produz demandas

dos próprios meios de comunicação que cobram as autoridades.

Do Executivo é cobrada efetividade do trabalho policial, cobram-

-se punições ao Judiciário e do Legislativo pede-se o endurecimento

das leis. A cobrança sempre reitera rigor e reforço punitivo.

No caso do Rio, as imagens de caos e descontrole no período

do carnaval de 2018 criaram uma representação que não

corresponde a nenhuma oscilação significativa dos eventos criminais

registrados na cidade no período. A representação social

veiculada pela TV propõe e endossa, por meio da narrativa de

crises, um tipo de solução para o fenômeno da violência que responde

aos interesses de um território específico na cidade, de

grupos profissionais, de redes políticas, de uma classe social, de

uma visão de mundo específica. Ao mesmo tempo, são ocultados

fatos (como a estabilidade das ocorrências criminais no período),

interpretações divergentes e formas alternativas de políticas públicas

para lidar com a questão. A comunicação pública sobre o

assunto, então, vai se moldando quase uniformemente em função

das referências massivas ofertadas pelas mídias.

Em matéria de enfrentamento da violência e redução de

crimes, as grandes mídias têm veiculado um diagnóstico muito

particular da questão e, apesar de constatarem o fracasso das

336 COMUNICAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCURSOS EM CONFLITO

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