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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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As semelhanças não são casuais, segundo Teixeira (2009).

O primeiro a explorar este modelo foi um canal da Alemanha Ocidental

que, em 1967, tentava obter informações para casos complexos,

em parceria com a polícia. Em 1984, o canal público inglês

BBC, inspirado no formato, criou o Crime Watch UK, também em

parceria com a polícia. Seu sucesso influenciou o canal FOX a produzir

o igualmente famoso America’s Most Wanted, em 1988. O

surgimento destes programas na década de 1980 responde a um

contexto de transformações sociais, econômicas e culturais ensejadas

pela popularização da televisão, o início da globalização e

o aumento das taxas criminais. Outro dado é que, no período, Estados

Unidos e Inglaterra haviam eleito governos neoconservadores,

de Ronald Reagan e Margaret Thatcher, impulsionando a demanda

por punitivismo e encarceramento. Logo, o crime passou

a ser construído como uma ameaça para a sociedade, legando à

comunidade a obrigação de lutar para se preservar, para “acabar

com o mal” uma vez que os controles sociais clássicos estavam

sobrecarregados. A propagação do neoliberalismo na economia

contaminava outros setores: por exemplo, a ideia de que o indivíduo

deveria tomar para si a responsabilidade por sua própria

segurança impulsionou não só a participação nestes programas,

mas foi acompanhado da intensa busca por segurança privada

(TEIXEIRA, 2009).

No caso brasileiro, o programa Linha Direta não foi criado

em parceria com a polícia, o que propiciou explorar críticas ao

sistema de justiça criminal, contribuindo para deslocar a confiança

da população das instituições de controle sociais clássicas,

como polícia e justiça, para a emissora de televisão. Todavia, os

casos selecionados pelo programa já possuíam informações que

342 COMUNICAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCURSOS EM CONFLITO

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