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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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COMUNICAÇÃO PÚBLICA E EDUCAÇÃO

O agonismo banhado em conflito

Em seu livro “Sobre o Político”, Mouffe (2015) valoriza o

campo discursivo em que a democracia se molda. Mas seu ponto

de partida é o avesso de Habermas. A articulação política só pode

ocorrer, segundo ela, mediante a clara distinção de alternativas

entre os grupos que se alinham em torno das propostas antagônicas.

Ou seja, é o conflito e não a mobilização para o consenso

que está na essência política e na constituição das identidades

coletivas. Ancorada no pensamento de Carl Schmitt, que estabelece

a divisão entre o “nós” e o “eles” (amigos e inimigos) na

conformação do político, Mouffe não só vê o conflito como um

elemento inexorável das disputas por hegemonia, como o considera

necessário (MOUFFE, 2015, p.2).

A autora se refere à diluição de conflitos políticos discursivos

que tende a produzir uma visão idealizada da sociabilidade

humana. Ela seria responsável, na prática, pelo apagamento do

debate político, neutralizando o embate entre direita e esquerda.

No lugar dele, teria prevalecido a visão liberal que prega a racionalidade

das decisões. O resultado desse processo foi o estabelecimento

de um modelo globalizante e unânime que empurrou o

conflito para a esfera da moral.

Essa tendência moralista merece destaque aqui por duas

razões. A primeira delas é a apropriada comparação com a direção

tomada pelo debate sobre o Escola sem Partido. Como descrito

anteriormente, a escalada da temática das relações de gênero,

da primazia dos valores familiares sobre a educação escolar e dos

princípios morais / religiosos no currículo foi o que mobilizou as

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