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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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O PROJETO ESCOLA SEM PARTIDO

O Movimento Escola Sem Partido (MESP) surgiu em 2004 a

partir da iniciativa individual do advogado Miguel Nagib, que se

tornou desde então seu principal porta-voz. A repetição acerca

do lançamento desse movimento colabora para o fortalecimento

de seu “mito fundador” (MOURA, 2016; MIGUEL, 2016). A partir

dele, construiu-se uma narrativa a favor da proposta de regulação

e cerceamento do papel do professor em sala de aula, estendendo-se

para a discussão acerca de temas morais e da relação

escola-família.

A história relatada por Miguel Nagib é a de que, um ano

antes, sua filha lhe contara que uma professora havia comparado

Ernesto Che Guevara a São Francisco de Assis. A proximidade entre

os dois seria o fato de que ambos abandonaram tudo o que

tinham em nome de uma ideologia (política e religiosa, respectivamente).

Para Nagib, a comparação elevava Che Guevara à posição

de um santo católico, o que significava uma equiparação motivada

pela “doutrinação” ideológica de esquerda imposta pelo

docente sobre os alunos (BERDINELLI, 2016). Ele então criou um

canal on-line para denúncias e relatos de “vítimas” (os alunos)

da “doutrinação”. Assim, o MESP surgiu no próprio ambiente das

redes eletrônicas e foi a partir da internet que se espalhou principalmente

a partir de 2010, ancorado em meios conservadores e

sustentado pelo apoio político de empresários e parlamentares 5 .

5 É inevitável apontar a escalada dos movimentos da direita política associada

ao “libertarionismo” e ao conservadorismo religioso, culminando no

impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (2016) e na eleição presidencial

de Jair Bolsonaro (2018) (MIGUEL, 2016).

240 COMUNICAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCURSOS EM CONFLITO

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