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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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A análise do período de 2009 a 2012, quando a Secretaria

de Segurança Pública de São Paulo priorizou o enfrentamento

militarizado, identificou que as redes sociais Facebook e YouTube

foram utilizadas pelos responsáveis pelas ações policiais letais.

Duas figuras-chave para a implementação dessa política, Antônio

Ferreira Pinto, então Secretário de Segurança Pública, e Paulo

Lucinda Telhada – conhecido como coronel Telhada e comandante

da ROTA à época –, utilizaram essas plataformas como forma

de propaganda política. Eles conciliaram com as redes sociais a

sua projeção nas mídias convencionais por estarem à frente de

ações contra o “crime organizado”, impulsionando suas campanhas

para deputado federal e estadual em 2014. Coronel Telhada

conseguiu se eleger como o segundo deputado estadual mais

votado de São Paulo naquele ano, com 253 mil votos.

O sucesso do coronel e o fracasso do ex-secretário nas eleições

de 2014 podem estar relacionados ao modo como cada um

utilizou as mídias sociais. De um lado, o ex-secretário se apresentou

como o político responsável por valorizar a ROTA e implementar

as condições necessárias para que aquela unidade pudesse

atuar contra o “crime organizado”. A imagem de político conjugada

com uma baixa produção de conteúdos nas redes sociais

deve ter contribuído para que ele não ganhasse a projeção política

no pleito. O caso do Coronel Telhada (PP) 10 é outro, tanto que

conseguiu sua reeleição em 2018 com 214 mil votos, sendo o

quarto deputado mais votado no estado. Durante 2014, a figura

de Telhada aparecia como um herói na Polícia Militar, símbolo do

“combate ao crime organizado”, figura central para representar

10 O atual partido do Coronel Telhada é o Partido Progressista (PP), mas ele se

elegeu em 2014 pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

348 COMUNICAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCURSOS EM CONFLITO

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