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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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COMUNICAÇÃO PÚBLICA E GÊNERO

gay” 4 , “ideologia de gênero” 5 e “escola sem partido” 6 .

Quanto ao fantasma que ronda a palavra gênero, ressalta-

-se que se trata de um conceito científico e político cunhado das

ciências sociais e humanas para referir-se à construção cultural

e social do sexo. Segundo a historiadora e antropóloga brasileira

Maria Luiza Heilborn (1994), o conceito de gênero se alinha à

noção de cultura. “Essa noção aponta para o fato da vida social,

e os vetores que a organizam como, por exemplo, tempo, espaço

ou a diferença entre os sexos, são produzidos e sancionados socialmente

através de um sistema de representações” (HEILBORN,

1994, p. 1). Dessa maneira, gênero é uma dimensão sociocultural

com base na distinção corporal e que impacta a organização da

vida pessoal, das relações afetivas e coletivas, além de apontar as

diferentes formas de desigualdades, privilégios e desvantagens

entre os sexos.

4 A expressão “kit gay” diz respeito ao material de formação sobre questões

de gênero e sexualidade do programa “Escola sem homofobia” em elaboração

pelo Ministério da Educação em 2011. O material foi apelidado dessa maneira

frente à oposição dos grupos conservadores e recebeu um veto da Presidência

da República, o que impossibilitou sua veiculação e distribuição.

5 A noção de “ideologia de gênero” marca o pânico moral contemporâneo

contra a emergência de debates sobre gênero e sexualidade nas sociedades

ocidentais. Foi cunhado por setores religiosos, mais especificamente nos textos

do então cardeal Joseph Aloisius Ratzinger (Papa Bento XVI), e como discurso

político é acionado contra avanços nos direitos de mulheres e LGBT.

6 Escola sem Partido é o modo como se tornou conhecida a reação às práticas

educacionais classificadas como “doutrinação política e ideológica” em sala de

aula. No Brasil, os defensores dessa ideia propõem a criação de leis municipais,

estaduais e federais contra o que denominam como abuso da liberdade de

ensinar, segundo eles, visões ideológicas, políticas e partidárias (ver mais

sobre o tema no capítulo sobre Comunicação Pública e Educação deste livro).

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