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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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cio da gestação, criando vínculos com a gestante que busca ser

assistida por um mesmo profissional durante o pré-natal, parto e

pós-parto. Esta continuidade do cuidado com o mesmo profissional

mostrou-se relacionada à prevalência de CC eletiva (FREITAS

et al., 2015). Dados apontam que três entre quatro mulheres que

tiveram o primeiro filho no setor privado prefeririam um parto

normal ao invés de CC, enquanto no setor público esse índice é de

oito entre dez gestantes (DOMINGUES et al., 2014).

A medicalização do parto (“normal” ou CC) é uma realidade

brasileira vinculada ao poder aquisitivo e às classes sociais –

quanto mais recursos de financiamento da saúde, maior o grau

de medicalização do usuário, assim como o risco do excesso de

intervenções. Quanto menor o recurso de financiamento da saúde,

maior a dor e o sofrimento físico e psicológico, assim como os

riscos por falta de intervenções necessárias (DINIZ, 2009).

Segundo a perspectiva do interacionismo simbólico, as

grandes organizações sociais são uma ordenação de pessoas

vinculadas reciprocamente em seus atos respectivos (BLUMER,

1988). As narrativas intervencionistas dos profissionais de saúde

são consensuadas por um grande número de obstetras. Poderíamos

presumir que a resistência às mudanças provém da formação

acadêmica, em que mudar a prática seria negar a própria

trajetória profissional. Mas o fato é que a mudança traria impactos

financeiros para o profissional médico (que teria que deixar

a enfermeira obstétrica ou obstetriz atuar), bem como sobre sua

conveniência, uma vez que deveria estar disponível para esperar

pelo parto durante o tempo necessário (DINIZ, 2009).

A organização e interdependência têm lugar entre os atos

e indivíduos interligados em diferentes pontos (BLUMER, 1988).

180 COMUNICAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCURSOS EM CONFLITO

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