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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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Outro aspecto relevante no Brasil é a lei do acompanhante

que apesar de ser uma Lei Federal nº 11.108 4 , promulgada em

2005, dados selecionados em um estudo entre 2011-2012 demonstraram

que menos de 20% das mulheres se beneficiaram

com a presença contínua (durante todo tempo de internação hospitalar)

de um acompanhante de sua escolha (LEAL; GAMA, 2014).

Os procedimentos intervencionistas utilizados durante o

trabalho de parto ampliam os signos sobre a crença na superioridade

da tecnologia sobre a natureza, reforçando a primeira

premissa do interacionismo simbólico de que o ser humano direciona

suas ações em relação à ação/situação conforme o significado

destas em sua vida cotidiana (BLUMER, 1988). A forma como

essas intervenções atuam neste modelo de nascimento favorece

a força do mito, com uma construção simbólica coletiva do corpo

defeituoso, levando à interpretação de que o parto vaginal seja

reconhecido como excessivamente arriscado para o bebê e para

a mãe (DINIZ et al., 2016).

De acordo com a segunda premissa (do interacionismo

simbólico), esse conjunto de significados deriva da interação

social e do reforço dos mitos, já que uma série de danos estatisticamente

comprovados está associada às intervenções desse

modelo de nascimento. O nascimento é retratado na mídia e em

filmes como fruto de um parto doloroso, descontrolado e que

fomenta o medo. Os possíveis danos não estariam vinculados

se fosse respeitada a fisiologia do parto, se fossem usadas práticas

humanizadas e se a tecnologia fosse usada somente por

4 Mais conhecida como Lei do Acompanhante, determina que todos serviços

de saúde do SUS são obrigados a permitir à gestante o direito à presença de

acompanhante durante todo período de trabalho de parto e pós-parto.

174 COMUNICAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCURSOS EM CONFLITO

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