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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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atenções em torno do projeto. A segunda razão para enfatizar o

caráter moralista do atual estágio democrático, segundo Mouffe,

é sua relação com um contexto de transição hegemônica no Brasil,

marcado pelo fortalecimento do conservadorismo de direita.

O ESP esteve no centro desse processo, que culminou com a eleição

de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República em 2018

– um candidato sustentado pelo discurso moralizante e pela liderança

religiosa dentro e fora das instituições políticas formais.

Para Mouffe (2005, p. 16-20), as práticas hegemônicas são

“práticas de articulação por meio das quais se estabelece uma

determinada ordem e se determina o significado das instituições

sociais”. O papel da escola, da família, da igreja e do Estado é

valorizado de acordo com a ordem estabelecida num contexto de

contingência.

No caso brasileiro, o cenário recente de reacomodação de

valores favoreceu as tentativas de evidenciar a proposta do ESP e

torná-lo palatável para um contingente relevante da população.

Essa nova ordem pressionou a abertura das comportas do sistema

político, com a tramitação em massa de projetos de lei que

respondem a um clamor moral a despeito dos questionamentos

sobre sua constitucionalidade.

Todo esse estado de coisas pode ser desestabilizado na

democracia plural, produzindo antíteses que também se articulam

– caso das redes contra o ESP. Para tanto, Mouffe aposta na

radicalidade da discussão até que se encontre uma saída para o

antagonismo entre os adversários políticos, transformando-o em

agonismo.

256 COMUNICAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCURSOS EM CONFLITO

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