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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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COMUNICAÇÃO PÚBLICA E EDUCAÇÃO

constituí-lo faz parte de um contexto cultural maior de formação

de preferências, motivadas por diferentes fatos, valores e interpretações.

Com o tempo, surgem visões dominantes em torno da

política, aglutinando formas diferentes de perceber o problema

original e de endereçar soluções a ele (SABATIER; JENKINS-SMITH,

1993; WEIBLE; SABATIER, 2006).

Como vimos, o projeto Escola sem Partido vem sendo

gestado há cerca de 15 anos, inicialmente com uma proposta

à margem de um modelo educacional que estava estruturado

dentro de um arcabouço de valores progressistas (inspirados pela

Constituição de 1988, entre outros inputs). Na análise de Miguel

(2016), o cenário político brasileiro assistiu a uma virada notável

neste quadro, especialmente a partir de 2010, quando discursos

abertamente conservadores vieram à superfície. A bancada religiosa,

que se tornara uma das forças políticas mais significativas

no Legislativo, foi a mola propulsora para a expansão do ESP,

baseada no fundamentalismo “que anula qualquer possibilidade

de debate” (MIGUEL, 2016, p. 593). Essa pauta surgiu em meio a

princípios religiosos e valores culturais adjacentes, como a condenação

do aborto, o combate a políticas inclusivas de gênero,

a defesa do modelo tradicional de família e o anticomunismo

(sobreposto à aversão ao Partido dos Trabalhadores a partir de

2014, exatamente quando emerge a agenda do ESP no Congresso

Nacional).

O modelo de Advocacy Coalition sugere analisar o quadro

maior de acontecimentos e valores que desafiam o status quo

com a proposta de uma política nova – neste caso, na área educacional.

O cenário dominante no Brasil desde a década de 1990

inclui uma visão da educação voltada à formação de cidadãos

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