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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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COMUNICAÇÃO PÚBLICA E SAÚDE

Saúde (OMS) (BRASIL, 2017). A partir do momento da internação

hospitalar, os rituais são cada vez mais marcados, o que reforça a

autoridade do profissional de saúde – que, por sua vez, é percebida

pela gestante durante a interação mediada não apenas pela

linguagem verbal, mas pelo conjunto de símbolos e gestos que

cercam o sistema de assistência ao nascimento. Os rituais de parto

hospitalar são profundas expressões simbólicas e metafóricas

da vida tecnocrática (DAVIS-FLOYD, 2016).

No modelo brasileiro é recorrente a mulher ficar deitada

sem alimento ou líquidos para beber durante todo trabalho de

parto (a dieta zero ocorre em 74,8% dos partos), o que pode

reduzir suas forças. Uma das primeiras ações, e das mais frequentes,

que o profissional de saúde faz ao iniciar o processo

de atenção à gestante é colocar um cateter intravenoso (74,9%)

(LEAL; GAMA, 2014), conectando a mulher à instituição, como um

cordão umbilical – uma experiência arquetípica. Estamos todos

conectados à tecnologia de cabos, baterias, canos e fios elétricos.

Este cateter tem uma finalidade de introduzir soro com ocitocina

para aumentar o ritmo das contrações. Esta é uma prática que

potencializa a dor e é uma tecnologia superada cientificamente

(DAVIS-FLOYD, 2003), embora usada em 36,4% dos partos no Brasil,

da mesma forma que furar propositalmente a bolsa de água

para acelerar o nascimento é uma ação registrada em 39% das

gestantes (LEAL; GAMA, 2014).

O excesso de tecnologia pode invisibilizar o ser humano. O

ápice do parto tecnocrático é quando a equipe de saúde passa a

monitorar a tecnologia, controlando apenas o funcionamento das

máquinas. Uma mulher relatou a Davis-Floyd (2016) que a partir

do momento em que foi conectada ao monitor de batimentos

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