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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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COMUNICAÇÃO PÚBLICA E SEGURANÇA

do funk como manifestação cultural legítima reagiu também à

associação comumente feita entre essa cultura e o tráfico de drogas,

em parte nos bailes de corredor 6 .

A criminalização do funk e seu distanciamento do espaço

público e da legalidade deram-se pela relação construída entre

os bailes com a desordem, sinônimo de brigas, vandalismo e

mortes, além das acusações de apologia do crime e aliciamento

de jovens para o tráfico através das letras das músicas (VIANNA,

2006). Há certo consenso entre os antropólogos situando o ano

de 1992 como marco no processo de criminalização do funk,

quando a reprodução de um baile típico do morro na cidade foi

narrada pela mídia como uma ação violenta que ficou conhecida

como “arrastão”. A partir de 1995, as operações policiais Rio I e

II, que tinham como objetivo interditar os bailes, redundaram na

criminalização do funk através de sua vinculação com o crime

organizado (HERSCHMANN, 2002).

Após analisar a jurisprudência dos Tribunais de Justiça do

Rio de Janeiro e de São Paulo, Cymrot (2015) conclui que os pareceres

legais interpretam que cantar e escutar o chamado funk

proibido é um indício da prática de tráfico de drogas – sinal de

uma juventude desvirtuada e evidência de falta disciplinar grave.

A criminalização do proibido, para Cymrot, não ocorre apenas por

parte da imprensa e da polícia, mas também do Ministério Público

e do Poder Judiciário.

6 Os bailes de corredor foram uma tática criada pelos frequentadores das

festas funk para evitar que grupos rivais (as chamadas galeras, compostas por

moradores de determinadas comunidades) entrassem em confronto. Cada

uma situava de um lado do baile e um corredor as separava durante toda a

noite (FIGUEIRAS, 2014).

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