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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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COMUNICAÇÃO PÚBLICA E SEGURANÇA

permitiam, quase sempre, uma narrativa de sucesso da polícia

em identificar e prender o acusado.

De maneira geral, os programas de diferentes nacionalidades

impulsionaram a apresentação de um hipercrime, quer dizer,

um crime que deixava sua polifonia do “real” para ganhar contornos

narrativos do entretenimento “virtual” (TEIXEIRA, 2009). Neste

sentido, a primazia é da vítima, portadora de voz, ao mesmo tempo

em que a narrativa direciona o telespectador a culpabilizar os

suspeitos. O crime ganha cenário, fotografia, efeitos sonoros, pósprodução

e roteiro; os envolvidos se tornam personagens comuns

em dramas, ganhando reforço em traços específicos de sua personalidade

ou em fatos da sua história. No plano simbólico, a narrativa

acaba por fazer o papel de um promotor que se dirige ao júri.

Esta construção, como afirma Teixeira (2009, 2011), julga

e condena de maneira antecipada casos que ainda não haviam

passado da fase de investigação, em que não havia nem denúncia

formal ao sistema judicial, tampouco construção do contraditório.

No plano geral, os programas que seguem esta linha alimentam

a ideia de que o crime é uma ameaça social, que a sociedade

como um todo deve fazer com que o responsável pela violência

seja punido com rigor, que a vigilância social deve ser maior e

que é o indivíduo, e não o Estado, o responsável por fazê-lo.

AS MÍDIAS DIGITAIS

Em poucos anos, as mídias digitais tiveram ampla difusão e

passaram a ser a forma prioritária de disseminação de conteúdo,

troca de mensagens e construção de narrativas. Em suas diver-

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