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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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críticos que, como sujeitos políticos, devem ser capazes de questionar

suas realidades. Para tanto, foram incentivadas diferentes

iniciativas de estímulo à livre comunicação e à adesão a agremiações

em estabelecimentos públicos e privados de ensino (OLIVEI-

RA, 2016).

O principal embasamento teórico para essa política pública

educacional veio da obra de Paulo Freire (1982; 2000; 2001),

que contrapõe uma educação crítica e problematizadora àquela

qualificada como “bancária” – em que o saber é uma doação dos

que se julgam detentores do conhecimento aos que são avaliados

como seres vazios e dependentes (como folhas em branco ou tábulas

rasas, em que se “depositam” conteúdos). A proposta freireana

prevê a promoção do saber a partir da relação dialógica entre

educador-educando, sem restrições temáticas ou ideológicas.

Foi em torno dessa moldura teórica, metodológica, cultural,

política e legal que os movimentos sociais ligados à educação

se articularam ao longo das últimas décadas. Seus principais representantes

são os que se reuniram numa coalizão de combate

ao ESP. No ambiente político, o reforço ao papel e funcionamento

das instituições democráticas era acompanhado por um discurso

prevalecente de defesa de direitos humanos e pelo combate

à desigualdade. O insurgimento contra esses ideais era tratado

como excentricidade (MIGUEL, 2016, p. 592).

O quadro que situava esse discurso à margem, no entanto,

sofreu uma reviravolta a partir de um conjunto de fatores que a

moldura da Advocacy Coalition sugere avaliar. Ela põe em contraposição

os antagonismos entre os grupos que divergem sobre

o tema e desafiam os valores razoavelmente estáveis, podendo

resultar em nova hegemonia em torno da política pública.

260 COMUNICAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCURSOS EM CONFLITO

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