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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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COMUNICAÇÃO PÚBLICA E SAÚDE

demanda fisiológica. As intervenções são feitas, frequentemente,

para acelerar o tempo de nascimento e aumentar a produtividade

e rotatividade dos leitos (DINIZ et al., 2016). Quando surgem

sequelas decorrentes do manejo inadequado das intervenções,

elas são redescritas formalmente e aceitas socialmente como um

dano “natural” do parto – não ao excesso ou inadequações das

intervenções que acabam invisibilizadas.

Por fim, a terceira premissa do interacionismo simbólico

prevê que os significados que as coisas ou ações têm para cada

indivíduo podem ser manipulados e modificados através do processo

de interpretação desenvolvido pela pessoa (BLUMER, 1988).

No caso tratado neste texto, os significados em torno do parto

são transformados diante das práticas médicas amplamente usadas,

exercendo pressão pela proliferação das CCs no Brasil.

Nesse contexto, a demanda pela CC no Brasil seria sobretudo

uma demanda por dignidade, já que o modelo de parto “normal”

típico é intervencionista e traumático (MAIA, 2010), cercado

que está de crenças sobre danos e dores. Trata-se de “uma escolha

entre o ruim e o pior”, entre duas formas de vitimização.

Nas palavras de uma parturiente, “se tiver que cortar é melhor

cortar por cima, porque em baixo é uma área mais nobre” (DINIZ,

2009 p.321). No Brasil, a assistência ao parto está relacionada

ao pior dos dois mundos: o adoecimento e a morte por falta de

tecnologia apropriada, e o adoecimento e a morte por excesso de

tecnologia inapropriada (DINIZ, 2009).

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