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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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INTRODUÇÃO

Em 1776, ano da Independência Americana, Adam Smith

publicou o seu célebre Inquérito sobre a natureza e as causas da

riqueza das nações. Nesse livro, o autor, um dos principais arautos

do liberalismo, fez questão de evocar a necessidade da educação

pública, de modo a tornar a população de um país capaz

de julgar seus governantes de modo racional, sem idiossincrasias,

abstendo-se do que ele qualificou como movimentos bruscos

conduzidos por paixões não ponderadas. Na verdade, Smith

estava preocupado antes com comunicação que com educação.

Ao gosto de outros iluministas, ele apostava que a educação poderia

tornar um povo mais dócil, exatamente por ganhar entendimento

das leis e projetos governamentais, quando do recebimento

de informações do governo a esse respeito.

Na linguagem atual, diríamos que Adam Smith estava interessado

em fenômenos de comunicação política e comunicação

pública.

Os liberais nunca deixaram de acreditar, ainda que com

variações, na capacidade dos governantes de explicitar funções

aos governados e, nesse movimento, serem não só entendidos

quanto aceitos. A fé nas narrativas produzidas de um polo para o

outro, mesmo em períodos os mais turbulentos, nunca se dissipou.

De certo modo, os liberais sempre advogaram que, em boa

medida, uma nação rica não poderia ter conseguido sua riqueza

sem ter um povo afinado com as narrativas vindas do poder.

Talvez essa seja, ainda, uma das principais características

da política liberal, em oposição à política conservadora (tomando

22 COMUNICAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCURSOS EM CONFLITO

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