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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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Tal retrato não convém ao quadro maior do pensamento

habermasiano, em que os processos de tomada de decisão

enfatizam a predisposição ao entendimento e ao consenso

(HABERMAS, 2008, p. 138-139). E esses, por sua vez, concentram

se na troca de argumentos, o que pressupõe um arrazoado de

opiniões com fundamentação empírica – ou seja, sem pré julgamentos

morais, religiosos ou ideológicos. O consenso só pode

ocorrer após o teste de validade dos argumentos por meio do

debate.

Três princípios fundamentais regem a teoria argumentativa

do filósofo alemão e não se encontram presentes no ambiente

discursivo em torno do ESP: o princípio da reversibilidade (em

que os participantes do debate estão abertos para rever suas posições,

trocar de lado e tomar diferentes partidos); o princípio da

universalidade (em que todos os concernidos se veem incluídos

no debate – pressupondo encontros para as trocas de opiniões);

e o princípio da reciprocidade (em que os diferentes pontos de

vista, inclusive opostos, são considerados) (HABERMAS, 2008, p.

127). O modelo de democracia deliberativa reconhece a existência

de conflitos na vida social, mas prevê que eles serão articulados

sob condições de cooperação (BENHABIB, 2009, p. 117-119) e

diálogo (BOHMAN, 2009, p. 52).

A atual animosidade entre as duas coalizões, no entanto,

torna improvável que tais preceitos sejam aplicados aos debates

sobre o ESP. A ausência de dialogicidade e de predisposição ao

entendimento demandam outro modelo explicativo para esse

caso, como o sugerido por Chantal Mouffe (2015).

254 COMUNICAÇÃO, POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCURSOS EM CONFLITO

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