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Comunicação, políticas públicas e discursos em conflito

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

A coletânea Comunicação, Políticas Públicas e Discursos em Conflito apresenta um total de 14 capítulos (543 páginas), além do prefácio, em que são articuladas análises empíricas e perspectivas teóricas que aproximam o campo da comunicação e as políticas públicas brasileiras em diferentes áreas. A obra é resultado da produção do Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Comunicação Política (Compol), sediado na ECAUSP e registrado no CNPq, com foco nas investigações sobre o papel da comunicação para o reconhecimento das demandas sociais e a qualificação do debate público político. A obra abrange pesquisadores integrantes do Compol, além de autores convidados para abordar desafios do país nas áreas de saúde, educação, segurança pública, migração, ciência, transporte, moradia, inclusão de deficientes e políticas de gênero. A coletânea pretende oferecer propostas metodológicas e teóricas diversas para o enriquecimento das políticas públicas em discussão no Brasil.

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CONTEXTO E DESAFIOS

ção do photoshop (HAN, 2017, p. 29). Aqui, nesses locais, não há

nenhuma aura e, enfim, o que se faz presente é o mesmo, o que

se repete, o que é mera superfície sem rugas e sem expressão

humana, mas com expressão caricaturesca, burlesca, como se

todos fossem objetos, bonecos de mesmo olhar. As fotos atuais,

todas seguindo o padrão Facebook (que nome, heim?), mostram

moças que posam de maneira igual, com rostos (ou melhor, faces!)

iguais, montados pela maquiagem padrão. Tudo é feito para

o máximo de exposição. Nenhuma face assim lembra a fala, a

narrativa ou o discurso. Nenhuma face quebra a imagem ou a secundariza

por meio de um pedido por discurso. Também o rosto

de Bolsonaro, quando não podia ser evitado, passou a apresentar

uma só configuração, se fazendo face: um sorriso um tanto sarcástico,

com a mesma abertura da boca para qualquer situação.

O sorriso estereotipado evita que se peça um discurso, uma fala,

uma ideia, do mesmo modo que as meninas do Facebook postam

carinhas com bico, beijo, enquanto os meninos, como o Neymar,

fazem as fotos com a língua para fora. Não há o que dizer, dizem

essas faces. É a face, ou seja, o rosto em estilo superfície – a cara

de Bolsonaro. A face da cena que é a face obscena.

Nessa situação, Byung-Chul Han comenta: “na sociedade

expositiva cada sujeito é seu próprio objeto-propaganda; tudo

se mensura em seu valor positivo. A sociedade exposta é uma

sociedade pornográfica; tudo está voltado para fora, desvelado,

despido, desnudo, exposto” (HAN, 2017, p. 31-32). Mas isso ocorre

porque o que é despido não possui rugas ou história, não se

faz como rosto humano.

Ninguém se colocou tão a nu em uma campanha quanto Bolsonaro.

A facada que ele levou fechou o quadro. Ele foi apresentado,

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