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A PREGAÇÃO NA IDADE MÍDIA - Luiz Carlos Ramos

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fuga momentânea da vida pessoal, do trabalho, dos problemas financeiros; (9) o exercício<br />

da “recordação”, pelo qual o telespectador seleciona os programas que o remetam a lem-<br />

branças de experiências pessoais passadas; (10) a oportunidade de “integração social”, por-<br />

que a programação assistida possibilita ao telespectador utilizar o conteúdo televisivo para<br />

melhor se relacionar e conversar como outras pessoas; (11) a “aprendizagem/modelagem”,<br />

caracterizada pelo desejo do encontro com pessoas-personagem que tem comportamentos<br />

percebidos como sendo ideais e, por isso, dignos de ser imitados; (12) o sentimento do “tem<br />

gente pior”, pelo qual o telespectador busca o “conforto” em relação à condição soci-<br />

al/econômica em que se encontra, assistindo à misérias de pessoas em situações piores que a<br />

dele; (13) a sensação do “eu posso dar certo”, que identifica a busca na televisão de exem-<br />

plos que contenham casos de sucesso para reforçar o desejo de êxito do telespectador. 644<br />

Os 13 motivos estão relacionados em ordem de maior freqüência para a de menor o-<br />

corrência. Surpreendentemente, conquanto muito se diga em relação à apatia dos telespecta-<br />

dores, a maior incidência identificada pela pesquisa, indica que a televisão é buscada por<br />

pessoas desmotivadas como elemento motivador (note-se que a recorrência à televisão co-<br />

mo mecanismo de relaxamento está em sexto lugar, na pesquisa). Isso indica que, em mui-<br />

tos casos, não é a TV que torna o indivíduo apático; antes, são os indivíduos apáticos (e<br />

estes são muito numerosos) os que recorrem a ela. Seja como for, todos esses fatores fazem<br />

com que milhões de aparelhos de TV sejam ligados diariamente, e são responsáveis pelo<br />

sucesso ou fracasso dos programas veiculados.<br />

Para atender à demanda do telespectador, as emissoras montam uma verdadeira linha<br />

de produção que funcionam com base na lógica dos “usos e gratificações”. Os programas<br />

são concebidos para satisfazer a audiência, e são oferecidos conforme a demanda: progra-<br />

mas de auditório, esportes e variedade, novelas, noticiários, comédias e dramas, documentá-<br />

rios. Para evitar prejuízos, as emissoras monitoram permanenemente sua audiência, para<br />

orientar sua “linha de montagem”.<br />

644 FERREIRA, Raquel Marques Carrico. Motivos para audiência em televisão: a seleção de conteúdos segundo<br />

usos e gratificações. 2003. 107 f. Mestrado — Pós-Comunicação Social, São Bernardo do Campo, 2003. Orientação:<br />

Antonio <strong>Carlos</strong> Fillipi Ruotolo. f. 72-96.<br />

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