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A PREGAÇÃO NA IDADE MÍDIA - Luiz Carlos Ramos

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transformação, mas antes melancólicamente conformada com o “presente século” (cf. Rm<br />

12.1).<br />

III.2.2 Métodos (meios) homiléticos espetaculares (modus faciendi)<br />

Tendo abordado os princípios da homilética espetacular, cabe agora considerar os mé-<br />

todos ou meios dessa homilética em relação aos meios e métodos da homilética convencio-<br />

nal (conforme apresentada nos capítulos anteriores): primeiramente, a relação oral-<br />

verbal/imagético-visual e seus mecanismos de sedução. Em seguida, a relação redundân-<br />

cia/entropia em face dos distintos públicos. E em terceiro lugar, a relação sedu-<br />

ção/persuasão, isto é, os apelos sedutores da homilética espetacular em relação à persuasão<br />

homilética convencional.<br />

III.2.2.1 A retórica espetacular e seus mecanismos de sedução<br />

Na homilética convencional, como já visto no segundo capítulo (II.2), o meio 667 co-<br />

municacional privilegiado é o acontecimento verbal-oral (que não exclui o não-verbal) que<br />

explica ou reforça convicções passadas, interpreta acontecimentos presentes e motiva e im-<br />

pulsiona transformações ou reafirmações futuras. Quando transportada para o contexto es-<br />

petacular, particularmente o da televisão, a homilética tende a migrar do verbal-oral para o<br />

imagético-visual. O elemento narrativo permanece, mas seu formato é redesenhado.<br />

Se na homilética convencional, dentre todas as figuras de retórica, a principal é a me-<br />

táfora, por tanger o limiar da emoção a partir da razão, na homilética espetacular essa fun-<br />

ção é mais bem desempenhada pela metonímia, cujo caminho é inverso, pois parte da emo-<br />

ção para influenciar a razão. 668<br />

667 Entenda-se meio como o “substrato material das formas simbólicas, isto é, o elemento material com que, ou<br />

por meio do qual, a informação ou o conteúdo simbólico é fixado e transmitido do produtor para o receptor.<br />

Cf. THOMPSON, 1999, p. 26.<br />

668 Detalhes sobre as figuras de linguagem já foram dados no segundo capítulo, mas convém que se retome aqui<br />

algumas das características da metonímia (ver II.2.1.3).<br />

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