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A PREGAÇÃO NA IDADE MÍDIA - Luiz Carlos Ramos

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do surgimento de uma igreja que em 1977 surgiu para revolucionar tudo<br />

o que existia na TV. 225<br />

Trata-se do empreendimento inaugurado por Edir Macedo Bezerra: a Igreja Universal<br />

do Reino de Deus.<br />

Começando no subúrbio do Rio, o famoso bispo Edir Macedo Bezerra<br />

passou a ocupar os horários das rádios e televisores do País. Algum<br />

tempo depois, a Igreja Universal do Reino de Deus comprou um canal<br />

na TV aberta e passou a concorrer com as grandes emissoras. 226<br />

Desde então, proliferam os programas religiosos televisivos, estreados pelas mais di-<br />

ferentes denominações: Universal do Reino de Deus, Palavra Viva, Sara nossa Terra, Re-<br />

nascer em Cristo, Internacional da Graça de Deus, etc. E por diferentes telepregadores: Edir<br />

Macedo, R. R. Soares, Valnice Milhomens Coelho, Silas Malafaia, etc. Na “chamada” da<br />

TV Palavra (em Freqüência Ultra Elevada — UHF), aparece uma relação com os nomes de<br />

Celsino Gama, Francisco Rossi, Eliana Ovalle, Paulo Costa, Paschoal Pieagina, Ronaldo<br />

Tedesco, Antonio Silva, Joel Perine, Mateus <strong>Ramos</strong>, entre outros.<br />

Hoje, praticamente todas as principais denominações cristãs, radicadas no Brasil, têm<br />

algum tipo de inserção na mídia eletrônica. Segundo pesquisa de Lacy Varella, “em um país<br />

com 180 milhões de telespectadores que assistem, em média, a 4 horas diárias de televisão,<br />

cerca de 127 horas semanais da TV aberta são destinadas aos programas religiosos” — para<br />

se ter um termo de comparação que indique o significado disso, note-se que “apenas oito<br />

horas dessa mesma programação semanal são destinadas a programas especializados em<br />

ciência” 227 . 127 horas de religião contra 8 de ciência na mídia é um dado realmente impres-<br />

sionante e revelador: na polarização fé versus razão, esta última está em flagrante desvanta-<br />

gem. Ao se verificar a grade de programação das emissoras de TV, em sistema aberto, nota-<br />

se que todas transmitem algum tipo de programa religioso (a exceção da MTV):<br />

A justificativa de utilizar os canais de comunicação para propagar “boas novas de sal-<br />

vação aos pobres” (cf. Lc 4.18) já não convence, pois o que se nota, com certa facilidade, é<br />

225<br />

Cf. RAMOS, Ana Paula. Pastores da telinha. Canal da imprensa.<br />

226<br />

Cf. Id., ibid.,<br />

227<br />

Cf. ROMERO, Thiago. O desafio de divulgar com qualidade. Popularização da Ciência. 21/07/2005,<br />

17:57:13. Agência Fapesp, Ministério da Ciência e da tecnologia. Disponível em<br />

http://agenciact.mct.gov.br/index.php?action=/content/view&cod_objeto=27803. Consultado em julho de<br />

2005.<br />

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