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A PREGAÇÃO NA IDADE MÍDIA - Luiz Carlos Ramos

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por lá passaram: o revolucionário Richard Schaull, o contundente Francisco Penha Alves, o<br />

enciclopédico Júlio Andrade Ferreira, o insuperável Rubem Alves, entre tantos outros.<br />

Em 1984, já bacharel, fui para o “campo”, a cumprir o que supunha ser minha voca-<br />

ção. Pastoreei pequenas igrejas na vila e no sertão. Aprendi a desatolar carros e a ouvir his-<br />

tórias. Em 1986 fui para o extremo Oeste do Estado de Santa Catarina, perto da divisa do<br />

Rio Grande do Sul. Adotei Chapecó como minha terra e tomei chimarrão e afeição por a-<br />

quela gente. Como parteira, assisti ao nascimento de uma comunidade eclesial (uma daque-<br />

las tão sonhadas e utópicas eclesiogêneses às quais os teólgos latinoamericanos gostavam de<br />

fazer referência). Por “sugestão” de um companheiro, tive que deixá-la em 1989.<br />

Mas há males que para bem vêm. Assumi a coordenação de uma organização ecumê-<br />

nica que foi determinante para a minha formação. O Centro Ecumênico Brasileiro de Expe-<br />

riências Pastorais (Cebep) foi minha escola por 10 anos. De volta a Campinas, fui morar há<br />

uma quadra do velho Seminário e a outra do, não tão velho, Rubem Alves. Este, juntamente<br />

com o Zé Lima (a quem eu prontamente canonizaria, tivesse investidura para tal), se torna-<br />

ram amigos assíduos e, como mestres do cotidiano, muito me ajudaram na imprescindível<br />

arte de desaprender.<br />

Meu trabalho no Cebep era organizar cursos para discutir os desafios do contexto bra-<br />

sileiro e latino-americano para a práxis teológico-pastoral de líderes religiosos. À medida<br />

que organizava tais cursos, eu também neles me matriculava, e os cursava. O Cebep foi uma<br />

escola intensiva, e eu, seu mais assíduo estudante.<br />

Com o incentivo do Cebep, obtive o grau de Mestre em Ciências da Religião pela U-<br />

niversidade Metodista de São Paulo, isso em 1996. Por essa ocasião fui contratado pela Fa-<br />

culdade de Teologia para coordenar o Instituto de Pastoral e trabalhar no departamento edi-<br />

torial. Pela confiança do Prof. Dr. Clovis Pinto de Castro, tive as primeiras experiências<br />

docentes na graduação. Primeiro como professor substituto e depois como professor respon-<br />

sável pelas cadeiras de Comunicação e Ação Pastoral, Homilética, Liturgia e até Metodolo-<br />

gia da Pesquisa Científica. Constatei que, de fato, os japoneses estão certos: “ensinar é a-<br />

prender”. Ministrar tais disciplinas abriu-me um fascinante leque de possibilidades acadê-<br />

micas e conexões neuronais (os famosos “nós no cérebro”).<br />

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