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Viagens pelo Amazonas e Rio Negro[-WwW.LivrosGratis.net-](1)

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252 Alfred Russel Wallace<br />

O Sr. L. era um velho prático em viagens de canoa, e, sempre<br />

que viaja, conduz boas linhas e bons anzóis.<br />

As iscas eram preparadas durante o dia, e, à noite, as linhas<br />

eram então lançadas na água.<br />

E, assim, por vezes, éramos recompensados com uma bonita<br />

piraíba, 81 de 20 ou 30 libras de peso, que nos fornecia carne para o almoço<br />

e para o jantar, no dia seguinte.<br />

Um pouco acima de Barra, o rio espalha-se em grandes baías,<br />

às margens, de modo a ficar com uma largura de seis a oito milhas.<br />

E, nesses trechos, quando há muito vento, as águas formam<br />

altas ondas, parecendo um verdadeiro mar, quando está agitado, o que é<br />

muito perigoso para as embarcações pequenas.<br />

Mais para cima, o rio de novo se estreita, ficando reduzido a<br />

cerca de uma e meia milhas, na sua maior largura, e de novo se alarga dividindo-se<br />

em vários canais, que formam ilhas de todos os tamanhos.<br />

Por espaço de várias centenas de milhas, depois dessas ilhas é<br />

que as suas margens podem ser vistas de uma vez.<br />

As suas margens devem estar provavelmente afastadas de 19 a<br />

25 milhas uma da outra.<br />

Algumas dessas ilhas têm grande extensão, atingindo de 30 a<br />

40 milhas, havendo muitas outras entre estas e as praias marginais.<br />

No segundo ou terceiro dia, após deixarmos a cidade de Barra,<br />

encontramos alguns curiosos e extensos bancos de areia e de cascalho.<br />

Um pouco acima deles, encontram-se alguns rochedos isolados;<br />

e, na pequena aldeia de Airão, que alcançamos com uma semana de<br />

viagem, vimos as camadas de uma rocha arenosa, mas de uma textura<br />

um tanto cristalina.<br />

Um pouco antes, havíamos passado pelas pontas de uma rocha<br />

mole e arenosa, cheia de fendas e de fantásticos traços, devidos à<br />

ação das águas.<br />

81 Piraíba éopiratinga pirá-aíba, cujo nome científico é Bagrus reticulatus. Segundo<br />

assevera Raimundo Morais, é o maior peixe amazônico, pois chega a medir três<br />

metros de comprimento.

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