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Viagens pelo Amazonas e Rio Negro[-WwW.LivrosGratis.net-](1)

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<strong>Viagens</strong> <strong>pelo</strong> <strong>Amazonas</strong> e <strong>Rio</strong> <strong>Negro</strong> 595<br />

que conheciam os índios e eram mais familiarizadas com os fatos relatados,<br />

me asseguraram que eram completamente falsas.<br />

Tais observações, todavia, só se aplicam aos índios de tribos<br />

quase incivilizadas, e que não compreendem claramente qualquer língua,<br />

por intermédio da qual vós podeis comunicar-vos com eles.<br />

Sempre confiei, por isso mesmo, mais nas informações que<br />

se podem obter por intermédio dos índios que falam ou entendem<br />

bem o português; e acredito que é somente por intermédio destes últimos<br />

que se poderão obter muitas e melhores informações, dignas de<br />

crédito.<br />

Este não é o caso que se dá com as tribos selvagens, que são<br />

absolutamente incapazes de compreender qualquer encadeamento de<br />

frases na língua, por intermédio da qual se lhes dirige a palavra.<br />

Acredito, portanto, em vista das razões que expendi, que a<br />

história das amazonas não passa de uma lenda, a qual deve ser colocada<br />

entre outras tais, como as que dizem respeito aos selvagens “homens-macacos”,<br />

aos quais Humboldt faz referência, e cuja tradição também<br />

ali encontrei, ao curupira ou demônio das florestas, e ao carbúnculo,<br />

do alto <strong>Amazonas</strong> e do Peru.<br />

E de todas estas superstições não tivemos até aqui elucidações<br />

tão satisfatórias, como presumo a que foi dada a respeito das amazonas<br />

guerreiras.<br />

Voltemos, porém, aos índios uaupés, para falar algo ainda sobre<br />

os seus trajes.<br />

Nas suas vestes costumárias, encontramos ainda alguns outros<br />

ornatos, além dos já referidos.<br />

Em roda da cabeça, usam eles uma faixa enfeitada de penas<br />

da cauda dos papagaios, e, além disso, usam ainda a pedra cilíndrica, de<br />

quartzo, que eu já descrevi em meu diário. 182<br />

Essa pedra, colocam-na habitualmente ao peito, ficando suspensa<br />

de um colar de contas de sementes pretas.<br />

182 O autor manda ver a pág. 191 do seu livro (ed. de 1889), a qual corresponde à<br />

pág. 354 desta tradução.

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