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Viagens pelo Amazonas e Rio Negro[-WwW.LivrosGratis.net-](1)

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512 Alfred Russel Wallace<br />

Até certo ponto, de resto, tínhamos sempre que esperar mais<br />

tempo do que o que gastávamos propriamente em viagem, provando assim<br />

que a correnteza ficava contra nós, isto é, em direção a Belém.<br />

Entretanto, depois que passamos tal ponto, onde havia uma<br />

curva no rio, e várias outras correntes, que ali fazem barra, tivemos, dali<br />

por diante, apenas um curto tempo de espera pela volta da maré.<br />

E esta permanência a nosso favor durante um tempo muito<br />

maior, provando também, por essa maneira, que ela agora estava voltada<br />

em direção ao <strong>Amazonas</strong>.<br />

Evidentemente, haveria de dar-se o contrário, se houvesse<br />

qualquer correnteza permanente, fluindo do <strong>Amazonas</strong>, através do canal<br />

de Tajipuru, em direção a Belém.<br />

Assim, pois, encaro o Tajipuru como um canal formado <strong>pelo</strong>s<br />

pequenos rios que entre o Tocantins e o Xingu vão fazer barra, a um só<br />

tempo, nas proximidades de Melgaço, e que correm ali através de uma<br />

região formada de baixios e de terrenos alagadiços, distribuindo-se, em<br />

seguida, em duas direções.<br />

Numa, as águas correm em direção ao <strong>Amazonas</strong>; na outra,<br />

em direção ao rio Pará.<br />

Nas marés altas, as águas tornam-se ali salobras, até um pouco<br />

acima de Belém do Pará, e dali a umas poucas milhas para baixo elas<br />

são inteiramente salgadas.<br />

A maré avança muito rapidamente <strong>pelo</strong> rio Pará acima, e<br />

prossegue ainda em todos os rios adjacentes, até às alturas da metade do<br />

canal de Tajipuru.<br />

Isto constitui outra prova de que uma pequena porção das<br />

águas do <strong>Amazonas</strong>, se a houver, ali está a opor-se-lhe.<br />

O curioso fenômeno da “pororoca”, nos rios Guamá e Moju,<br />

já o descrevi e tentei explicar em meu diário, não havendo por isso necessidade<br />

de voltar a este assunto. 153<br />

Os conhecimentos que temos dos verdadeiros cursos da maior<br />

parte dos tributários do <strong>Amazonas</strong> são ainda muito imperfeitos.<br />

153 O autor manda ver a pág. 79 da 2.ª edição, a qual corresponde à pág. 156 desta<br />

tradução.

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