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Imperialismo Cultural en América Latina Historiografía y Praxis

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180<br />

Globalização, Crise Social e Educação<br />

Novo”. Estaríamos, portanto, “diante de uma nova exclusão social<br />

que teria além do fundam<strong>en</strong>to sócio-econômico uma segunda fase,<br />

a da repres<strong>en</strong>tação que se faz sobre o excluído nas camadas<br />

sociais mais favorecidas”. Tais imag<strong>en</strong>s sinalizam na seguinte<br />

direção: “Em última instância, a sociedade, que não apres<strong>en</strong>ta<br />

mecanismos de assimilação, estaria agudizando seus mecanismos<br />

de expulsão. A partir de uma imaginária relação de causa e efeito<br />

<strong>en</strong>tre pobreza e violência, pobre e bandido juntam-se numa única<br />

imagem para produzir o novo excluído, novo porque passível de<br />

eliminação física pelo perigo social que repres<strong>en</strong>ta”. Trata-se de<br />

reconhecer portanto, a existência de uma fratura que atua como<br />

fator desagregador do tecido social. Configura-se, assim, uma<br />

situação que, nas palavras de Viviane Forrester compre<strong>en</strong>de o<br />

deslocam<strong>en</strong>to de levas de hom<strong>en</strong>s “da exploração à exclusão, da<br />

exclusão à eliminação”. 27<br />

No <strong>en</strong>t<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to de Robert Castel, a palavra exclusão,<br />

“oculta e traduz, ao mesmo tempo, o estado atual da questão<br />

social”. 28 O autor critica o uso indiscriminado do vocábulo porque<br />

acaba por designar todas as misérias do mundo, bem como critica<br />

a concepção substancialista que <strong>en</strong>cara a “exclusão” com uma<br />

situação em si mesma. Fazer isto, “é rotular com uma qualificação<br />

puram<strong>en</strong>te negativa que designa a falta, sem dizer no que ela<br />

consiste nem de onde provém”. 29 Na atualidade, por conseguinte,<br />

falar de “exclusão” pressupõe que se leve em conta “situações que<br />

traduzem uma degradação relacionada a uma posição anterior”, ou<br />

seja, a situação de “exclusão” corresponde a estados de equilíbrios<br />

anteriores e que foram perdidos. 30 É o caso, por exemplo, de um<br />

trabalhador integrado que perde o emprego, fica sem proteção,<br />

torna-se vulnerável não pod<strong>en</strong>do mais se reproduzir de<br />

conformidade com a situação anterior ou de moradores de rua que<br />

27. Forrester, Viviane, O Horror Econômico, São Paulo, UNESP, 1997, p.<br />

17.<br />

28. Castel, Robert, “As armadilhas da exclusão”, p. 16.<br />

29. Castel, “As armadilhas da exclusão”, p. 19.<br />

30. Castel, “As armadilhas da exclusão”, p. 21.

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