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Imperialismo Cultural en América Latina Historiografía y Praxis

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192<br />

Globalização, Crise Social e Educação<br />

universidades públicas. Cabe ainda assimilar que países como<br />

Arg<strong>en</strong>tina, Brasil e México t<strong>en</strong>tam implem<strong>en</strong>tar o modelo chil<strong>en</strong>o<br />

de educação superior. No Brasil o governo pret<strong>en</strong>de diminuir o<br />

número de universidades públicas e aum<strong>en</strong>tar o número de<br />

instituições não universitárias de <strong>en</strong>sino superior. Inc<strong>en</strong>tivar ainda<br />

mais o <strong>en</strong>sino privado que já detém a maioria das matrículas nesse<br />

nível de <strong>en</strong>sino. A implem<strong>en</strong>tação desse modelo poderá acarretar<br />

sérias conseqüências ao des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to da pesquisa ci<strong>en</strong>tífica e<br />

tecnológica que, atualm<strong>en</strong>te, é feito nas universidades públicas,<br />

tornando o país ainda mais dep<strong>en</strong>d<strong>en</strong>te dos c<strong>en</strong>tros hegemônicos<br />

do capitalismo.<br />

Enfim as políticas neoliberais estão interessadas, no<br />

fundam<strong>en</strong>tal, em manter a “confiança do mercado” isto é, de<br />

acionistas e investidores. Por isso atacam direitos a garantias<br />

sociais, increm<strong>en</strong>tam o desemprego, instalam a vulnerabilidade e<br />

consideram a desigualdade como valor positivo. Ac<strong>en</strong>tuam a<br />

individualização instalando um mundo darwiniano de luta de<br />

todos contra todos, no qual os mais “compet<strong>en</strong>tes” serão<br />

vitoriosos. A substituição da qualificação por competência por sua<br />

vez implica uma difer<strong>en</strong>ça conceitual que remete a uma relação<br />

contratual direta <strong>en</strong>tre trabalhador e empresa (o das competências<br />

individuais) e na quebra de solidariedades. O resultado disso é a<br />

dessindicalização e a perda de id<strong>en</strong>tidade de substanciais parcelas<br />

de população. Por isso que Bourdieu classifica o neoliberalismo<br />

como “um programa de destruição metódica da coletividade”. 62<br />

No âmbito das políticas educacionais, o “mercado como modelo”<br />

ao adotar como palavras-chave “empregabilidade”, “piso social”,<br />

“necessidades básicas”, de um lado, reduz a educação a uma<br />

dim<strong>en</strong>são meram<strong>en</strong>te instrum<strong>en</strong>tal do mercado e de outro,<br />

implem<strong>en</strong>ta “políticas de pronto socorro social” como os cursos<br />

de 40, 50, 60 horas ministrados pelo Ministério do Trabalho no<br />

Brasil, chamados de “qualificação”, mas que, na verdade,<br />

constituem um arremedo mediante os quais se pret<strong>en</strong>de tornar os<br />

62. Bourdieu, Pierre, “A máquina infernal”, em Folha de S. Paulo, 10.07,<br />

Cadernos Mais, 1998, p. 7.

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