Imperialismo Cultural en América Latina Historiografía y Praxis

José Willington Germano 185
Mundial, adotado pelos governos, o que deve presidir o processo
educativo e as políticas educacionais, de um lado, é o conceito de
empregabilidade e de outro, a noção de piso social ou de
necessidades básicas.
A palavra “empregabilidade” é dotada de um significado
preciso, o qual implica em transferir ao indivíduo, a periferia do
sistema, portanto, a responsabilidade pela sua inserção ou não no
mercado de trabalho e nos circuitos de trocas sociais. Daí a
importância dos programas de qualificação. O centro responsável
pela produção da “exclusão”, contudo, permanece intocável. Do
ponto de vista dessas políticas, a educação assume uma dimensão
meramente instrumental, qual seja, a de preparar força de trabalho
para um mercado em desaparecimento. Não se trata, assim, de
admitir o trabalho como princípio educativo, mas de tornar a
educação, como prática social, refém do mercado. Dessa maneira,
o sistema educacional passaria a ser inteiramente subsumido pelo
sistema ocupacional, isto é, pelo mercado. Nessa perspectiva, sob
a égide de uma política educacional cujo o termo-chave é a
“empregabilidade”, o governo inglês fundiu, desde o período de
Tatcher, os Ministérios da Educação e do Trabalho, medida
conservada pelo trabalhista Tony Blair. No Brasil, o decreto n o
2.208/97, que regulamenta o ensino profissional médio no país,
separou o curso técnico do 2 o grau, fragmentando ainda mais a
formação, ao acentuar a disjunção entre cultura humanística e os
saberes vinculados ao mundo do trabalho. A propósito uma alto
prócer do Ministério da Educação declarou recentemente de forma
entusiástica: “Nós vamos sair da escola da enganabilidade para a
escola da empregabilidade” 45 . No Chile, conforme Robert Austin,
“em 1996 foi proposto o fechamento do Departamento de Música
da Universidade do Chile por não corresponder a lógica do
45. Folha de S. Paulo, Caderno Especial, Sindicatos Contestam Políticas
Contra o Pesemprego, 07/06/1998, 2: 13.