Conselho De Classe: Que Espaço É Esse? - PUC-SP
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O conselho foi da sala do 2MC, pois como se trata de um curso semestral, os alunos já<br />
estão no segundo ano.<br />
E(3) - Terceira entrevista<br />
(41) – P “ A gente não tem no conselho a presença dos alunos....”<br />
(42) – CP “ <strong>É</strong> verdade.”<br />
(43) – P “Nós não temos porque vocês não convidam ou.....”<br />
(44) – CP “Nós não convidamos.”<br />
(45) – P “ E vocês não têm interesse? Porque na lei diz sobre a importância<br />
(46) – CP “ Sabe, quando eu entrei aqui na coordenação eu tive essa idéia. Eu falei assim:<br />
os alunos poderiam participar. E quando eu falei isso parecia que o mundo ia desmoronar,<br />
por isso é uma coisa complicada. Eu não sei em outras esco las como acontece, se<br />
acontece. Porque o que acontece é o seguinte: a gente tem muita coisa em sigilo. O que é<br />
o conselho?<br />
A princípio deve ser algo sigiloso, temos essa concepção, que não é a concepção correta.<br />
Nós temos uma idéia que o conselho deve ser algo sigiloso porque é o espaço onde o<br />
professor pode se expressar livremente, expor as suas idéias; a cerca dos alunos<br />
participarem do conselho, isto é visto como uma ingerência, como sei lá, algo que você<br />
está observando o professor, uma intrusão. Então os professores não aceitam bem essa<br />
presença. Eu aceitaria de bom grado, sem problemas nenhum. Evidentemente teria que ser<br />
escolhido um aluno responsável, né? <strong>Que</strong> efetivamente tenha consciência. E nós temos<br />
muitos deles aqui na escola, muitos. Existem muitos alunos responsáveis que tem uma<br />
Logo, no relato interativo (Bronckart,2006) acima é possível perceber que o diálogo<br />
depende da criação de um mundo discursivo, o qual as coordenadas gerais são disjuntas das<br />
coordenadas do mundo real da situação de verbalização entre o agente-produtor e agentes<br />
ouvintes. Essa disjunção pode ser observada por uma origem temporal explícita em E(1) (um<br />
ano e meio atrás, dois anos....) e em E(3) (... quando eu entrei aqui na coordenação.....). <strong>É</strong><br />
apresentada também diversas unidades lingüísticas do segmento de texto que referem-se<br />
diretamente ao agente-produtor, caracterizando-se pela implicação parâmetros da interação verbal<br />
posta em cena (Bronckart, 2003). A presença de organizadores temporais de origem espaço-<br />
temporal são notados (....quando eu entrei aqui na coordenação....), anáfora pronominal no turno